Cremerj suspende registro de Dr. Jairinho para exercer medicina
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) suspendeu ontem, em caráter temporário, o registro do vereador Dr. Jairinho (sem partido), o impedindo de exercer a profissão de médico. O órgão confirmou a informação em comunicado enviado ao UOL.
"O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro aplicou, nesta quinta-feira, dia 10 de junho, uma interdição cautelar no médico Jairo Souza Santos Junior por possível infração ao Código de Ética Médica. Com isso, o registro do profissional está temporariamente suspenso no estado para exercer a medicina. A medida é um recurso do Conselho para proteger a população e assegurar a boa prática médica no Rio de Janeiro. Paralelamente a isso, o processo de Jairo está em andamento e corre em sigilo, seguindo as normas do Código de Processo Ético-Profissional. As punições previstas em lei vão desde advertência até cassação definitiva do registro", diz o comunicado.
Jairinho foi preso, ao lado de sua ex-companheira, Monique Medeiros, no processo que investiga a morte do menino Henry Borel, de 4 anos.
O caso
Jairinho e Monique foram presos no dia 8 de abril. Os dois são acusados de serem os responsáveis pelo assassinato de Henry Borel, no dia 8 de março. De acordo com as investigações, a morte da criança foi causada por agressões do padrasto e pela omissão da mãe.
Os dois vão responder na Justiça pela morte do menino. Ele pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunha; e ela por homicídio triplamente qualificado na forma omissiva, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha.
Para o Ministério Público, a morte de Henry foi cometida por motivo torpe, por Jairinho acreditar que a criança atrapalhava sua relação com Monique.
Tortura de crianças
Além de ser investigado pela morte de Henry, Jairinho também é alvo de dois inquéritos da DCAV (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima), que o indiciou no crime de tortura contra criança.
Um dos casos teria acontecido em 2015, contra o filho de três anos de uma ex-namorada do político. Segundo a polícia, o menino foi torturado mediante sufocamento com saco na cabeça, pisões no abdômen e uma grave fratura de fêmur - que o deixou imobilizado com gesso da cintura para baixo por cerca de dois meses.
O outro caso teria acontecido de 2010 a 2013, contra a filha de uma outra ex-namorada de Jairinho. Segundo depoimento prestado pela menina, que na época tinha de três a cinco anos, o político chegou a bater sua cabeça contra a parede de um banheiro em uma ocasião e a afundou na piscina em outra.
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