'Não é possível que vou morrer aqui': refém conta como policial a salvou
Feita refém sob a mira de uma pistola 9 mm, a consultora de negócios Vitória Oliveira, de 21 anos, andou cerca de 200 metros com um dos criminosos que tentou assaltar a loja em que trabalha na manhã de ontem (7), em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Após serem cercados por policiais e moradores da região, a jovem foi salva pelo policial civil Flavio Augusto Pereira, que estava de folga e passando pelo local. O assaltante foi morto.
Em entrevista ao UOL, Vitória comemorou ter sido salva, depois de um grande susto. "Eu nem sei explicar o que eu senti em ter passado por isso tudo. Em alguns momentos, achei que não fosse conseguir, mas Deus colocou aquele policial no nosso caminho, que nem estava trabalhando na hora. Eu sou muito grata pela vida dele, por ele ter aparecido lá", disse ela, que ontem postou que sente que nasceu de novo.
A manhã de trabalho foi interrompida assim que Vitória e os colegas estavam chegando na loja, por volta das 8h30. Três homens armados invadiram o local, todos de blusa roxa, mesma cor do uniforme dos funcionários, e começaram a recolher os celulares.
A gerente e alguns rapazes ficaram no andar de baixo, já as mulheres ficaram trancadas em uma sala no andar de cima.
Eles estavam muito nervosos, não sabiam muito bem o que estavam fazendo e brigavam o tempo inteiro. Uma hora ele entrou na sala, bem nervoso e eu tentava acalmá-lo, acalmar as minhas colegas. Até que ele me disse: 'Nossa, você tá muito calma, né?' Respondi que eu tinha mesmo que ficar calma, falei para tentar descontrair"
Após sair da sala, ele trancou novamente as reféns, que conseguiram ouvir por atrás da porta a conversa dos três criminosos: "Vamos ter que levar ou matar alguém", disse um deles. A polícia já estava no local e, enquanto os outros dois estavam no andar de baixo discutindo, o terceiro subiu, apontou para Vitória e disse: "Vem você, que é a mais calma".
A jovem relata que o criminoso estava muito nervoso, desnorteado: "Quando nós descemos, chegamos na porta, tinha uma quantidade muito grande de policiais. Ele ficou nervoso e começou a gritar: 'Eu não vou perder, eu não vou perder'", contou.
Mesmo sem nunca ter vivido uma situação como essa, Vitória conta que sentiu muito medo, mas conseguiu manter a calma: "Foi desesperador, mas a todo momento tentava ficar tranquila, conversar com ele. Eu sentia muito medo, mas tentava me acalmar a todo custo. Se eu passasse mal ali, desmaiasse, ele poderia se assustar, se irritar e acabar atirando em mim. Foi uma aflição muito grande. Ele me arrastando, andando comigo aquela distância toda e parecia que nada ia acontecer, que ninguém iria conseguir me tirar dali. Eu só pensava: 'Meu Deus, não é possível que eu vou morrer aqui, desse jeito'. Foi muito, muito tenso", disse a consultora.
Eu tinha consciência que ficar nervosa não adiantaria de nada. Já fui assaltada outras vezes, mas nunca dessa maneira. Estávamos reféns, não tinha o que fazer. Eu e o pessoal não podíamos nos desesperar. Quando ele me levou, tentei ficar o mais calma possível porque ele estava muito nervoso e até um pouco desnorteado. Se eu tivesse ficado nervosa, poderia ter acontecido algo pior"
Depois que foi salva, Vitória ficou emocionada com tudo o que tinha acontecido e foi consolada com um abraço por outro policial que estava por perto:
Naquela hora ali eu desmoronei de emoção, por estar viva e ver que nada de ruim aconteceu. Ali eu consegui respirar. Realmente foi um alívio muito grande. Agora é só agradecer a Deus, ficar junto com minha família, porque eu literalmente nasci de novo. Hoje eu acordei e pensei: 'Meu Deus, muito obrigada, porque poderia ter sido diferente'. É uma sensação inexplicável"
O assaltante foi baleado, chegou a ser socorrido em um hospital próximo, mas não resistiu aos ferimentos. Os outros dois homens que participaram do assalto se entregaram e foram presos em flagrante, segundo a Polícia Civil.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.