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Secretário de prefeitura em MG é investigado por feminicídio de ex-namorada

O principal suspeito da morte de Natália Epifânia de Oliveira, 23 anos, é o ex-namorado - Reprodução/Redes Sociais
O principal suspeito da morte de Natália Epifânia de Oliveira, 23 anos, é o ex-namorado Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Rodrigo Scapolatempore

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

12/07/2021 20h17

A recepcionista Natália Epifânia de Oliveira, 23 anos, foi morta ontem em São Pedro do Suaçí, interior de Minas Gerais. O principal suspeito do crime é o ex-namorado, Anderson Christian de Oliveira, 37 anos, atual secretário de Esportes de São José do Jacuri, município vizinho. O irmão da vítima presenciou o crime e afirmou que o autor não aceitava o fim do relacionamento, que terminou há seis meses.

Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar, o crime ocorreu em um sítio próximo às duas cidades, que ficam a cerca de 300 km de Belo Horizonte. De acordo com o irmão de Natália, ela estaria abraçada com um amigo quando o secretário chegou ao local e efetuou três disparos em direção à cabeça da jovem, que morreu na hora. Após a ação, ele fugiu.

Conhecido como Momó na região, Anderson está foragido e já tem mandado de prisão em aberto. A Polícia Civil de Minas Gerais informou hoje ao UOL que as buscas estão sendo realizadas para a captura e que já há materialidade para confirmar o feminicídio.

"O suspeito é o ex-namorado da vítima. Representamos pela prisão dele junto ao Poder Judiciário e estamos em diligências com o objetivo de prendê-lo. Daremos continuidade às investigações para apurar as circunstâncias em que o crime ocorreu, bem como a real motivação do delito", afirmou o delegado Rodrigo Nalon, responsável pelo caso.

Natália também era servidora municipal. A Prefeitura de São José do Jacuri decretou luto de dois dias. Em nota enviada ao UOL, a instituição informou que o servidor Anderson Christian de Oliveira foi imediatamente exonerado assim que houve conhecimento do fato, "pois a administração não compactua com violência contra a mulher". A publicação da exoneração já consta no Diário Oficial.

A família de Natália preferiu não dar entrevista, mas foi representada por moradores e amigos que, indignados, publicaram uma mensagem conjunta nas redes sociais sobre o crime.

"Infelizmente, Natália foi vítima do machismo e do egoísmo que permeia a nossa sociedade, não podemos permitir que sua partida seja anulada. É preciso que nós, comunidade e órgãos públicos, nos posicionemos. É preciso educar nossos jovens para que compreendam que ninguém é propriedade de alguém e que ninguém é obrigado a gostar ou ser e viver infeliz ai lado de alguém", diz comunicado publicado em grupo do Facebook que pede justiça por Natália.

"É preciso que nossas meninas saibam que elas podem e devem escolher o que lhes faz feliz. Não podemos nos calar diante do que aconteceu, não podemos ser permissivos e buscar justificativas para o injustificável,"

A Polícia Civil de Minas Gerais disse que mais informações serão repassadas em momento oportuno. As buscas continuam na madrugada.

Ainda não há informações sobre velório e enterro da jovem.