Acusado de chefiar milícia e ordenar assassinatos no Rio é preso na Paraíba
A Polícia Civil da Paraíba prendeu hoje, em Queimadas, Almir Rogério Gomes da Silva, que é apontado pelo Ministério Público como líder de uma milícia em Jacarepaguá, zona oeste do Rio. O grupo criminoso do qual Almir é suspeito de chefiar é investigado por homicídios, extorsões e venda ilegal de botijões de gás.
A denúncia mais recente do MP-RJ contra Almir aponta seu envolvimento em um assassinato em 12 de outubro de 2018. De acordo com a denúncia, Almir autorizou outros três milicianos a matar um homem na comunidade do Gardênia Azul, na mesma região. A vítima, Eliezio Victor dos Santos Lima, teria brigado com a sua esposa, o que teria desagradado os milicianos, segundo a investigação.
Em junho de 2019, o Ministério Público fez uma operação para cumprir 24 mandados de prisão contra criminosos da mesma organização — entre eles, Almir. De acordo com o órgão, Almir e outros dois suspeitos, Fabiano Vieira da Rocha, o "Fabi", e Anderson Gonçalves de Oliveira, o "Andinho", controlam a milícia em Jacarepaguá.
Ainda não há informações sobre a data que Almir, que estava foragido havia cerca de um ano, chegou ao município de Queimadas, a 138 km de João Pessoa.
Segundo a Polícia Civil da Paraíba, ele também assassinou outra pessoa no Rio de Janeiro no último 3 de junho. Em nota, o delegado Diego Beltrão, da Draco (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado) da Paraíba, afirma que havia "indícios fortes de que [Almir] estava traficando drogas e planejando ataques a instituições financeiras" do estado.
Viúva de Adriano citou caso Marielle e milícia do Gardênia Azul
De acordo com reportagem da revista Veja de 17 de julho, Júlia Lotufo, viúva do miliciano Adriano da Nóbrega — morto em fevereiro de 2020 — apontou que a milícia do Gardênia Azul, que seria liderada por Almir, procurou Nóbrega para discutir um plano para assassinar a vereadora Marielle Franco. As declarações de Júlia fariam parte de uma discussão para firmar acordo de delação premiada para relaxar suas medidas de prisão.
Marielle foi morta em 14 de março de 2018 e ainda não há informações sobre os mandantes do crime.
Em nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que estava monitorando o miliciano na Paraíba. O texto diz ainda que houve um pedido de prisão negado pela Justiça, mas em inquérito não relacionado à morte de Marielle. Almir e o outro homem preso com ele serão levados ao Rio de Janeiro.
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