SP: Bispo que teve vídeo íntimo vazado é substituído pelo Vaticano
O bispo dom Tomé Ferreira da Silva renunciou ao cargo na Diocese de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, e já foi substituído. O pedido foi aceito pelo Papa Francisco e divulgado hoje no boletim oficial do Vaticano e em um comunicado emitido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A renúncia do bispo foi divulgada cinco dias depois que o religioso teve um vídeo íntimo dele divulgado na internet. Nas imagens, com 1 minuto e 20 segundos de duração, o religioso aparece seminu e acariciando o órgão sexual em uma videochamada com um rapaz, que aparece com tarja no rosto, o que indica que o material foi editado antes de ser vazado.
Em ambos os comunicados sobre a saída do religioso do comando da Diocese não fica evidenciado o motivo da solicitação. O então arcebispo de Ribeirão Preto, Moacir Silva, foi nomeado para ocupar temporariamente o cargo.
"A Nunciatura Apostólica informa que o Santo Padre aceitou hoje o pedido de renúncia ao governo pastoral da Diocese de São José do Rio Preto, apresentada por S. Excia. D. Tomé Ferreira da Silva, nomeando, ao mesmo tempo, como Administrador Apostólico, o Exmo. Sr. D. Moacir Silva, arcebispo de Ribeirão Preto", diz o comunicado publicado no site da CNBB.
Desde o vazamento dos vídeos íntimos, na última sexta-feira (13), dom Tomé não se pronunciou sobre o assunto.
Histórico conturbado
Em setembro 2018, o dom Tomé renunciou ao cargo de coordenador regional da Arquidiocese de Ribeirão Preto, vinculado à CNBB, e de moderador do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano, no qual atendia as cidades paulistas de São José do Rio Preto, Catanduva, Jales e Votuporanga.
À época, o pedido foi feito após dom Tomé ser investigado pelo Vaticano por supostamente omitir casos de abusos sexuais ocorridos na igreja e por supostamente ter trocado mensagens de teor sexual com um jovem. Ele chegou a pedir para se aposentar, mas continuava à frente da Diocese até o comunicado do Vaticano desta quarta-feira.
Antes disso, o religioso havia sido absolvido de outras acusações. Em 2015, o arcebispo de São Paulo, dom Odílo Scherer, conduziu uma investigação sobre um suposto um relacionamento amoroso entre dom Tomé e seu ex-motorista, além de desvios de dinheiro da diocese, mas o caso terminou com ele inocentado.
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