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Estudante de enfermagem vacina o pai e se emociona, em MS: 'Dever cumprido'

Do UOL, em São Paulo

18/08/2021 18h24Atualizada em 18/08/2021 18h24

A jovem estudante de enfermagem Gabriely Ramsdorf Leal, de 19 anos, não segurou as lágrimas ao vacinar o próprio pai, Marcelo Barros Leal, de 42 anos, com a segunda dose da vacina contra a covid em um posto drive-thru de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Um vídeo do momento foi compartilhado por sua mãe, a enfermeira Maína Ramsdorf, e se espalhou nas redes nos últimos dias.

"Meu pai foi uma pessoa que mais estava me preocupando para tomar uma vacina. Quando ele tomou a primeira dose foi um alívio, mas não suficiente. Quando eu comecei a trabalhar no drive-thru ele ainda não tinha tomado uma segunda dose e eu falei que era para ele se vacinar comigo", disse Gabriely em entrevista ao UOL, acrescentando que o pai dela lida com hipertensão e sobrepeso.

Por se tratar de um posto drive-thru, a futura enfermeira afirmou que foi relativamente simples fazer com que seu pai chegasse até ela na hora de se vacinar. Ela cursa o 4º período de enfermagem da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) e foi lá que seu pai seguiu em um carro.

"Combinei com meu pai, ele chegou, falou que eu estava no box 5 e disse que ia se vacinar comigo. Então o pessoal que indica o caminho o mandou para lá", explica a jovem, voluntária da vacinação após ter sido convocada pela faculdade.

Após ver que o pai receberia a segunda dose no dia 10 de agosto, ela pegou a escala noturna que vai das 17h às 22h e conseguiu vaciná-lo. "Quando eu o vacinei foi um sentimento de gratidão, de dever cumprido mesmo; de estar atuando na minha área, estar fazendo o que eu gosto e estar imunizando uma das pessoas mais importantes da minha vida. Foi esperança. Tive bastantes amigos que perderam parentes na pandemia".

'Parte da história'

Fazer parte da imunização contra uma doença que provocou uma das maiores pandemias do mundo traz em Gabriely Ramsdorf um sentimento difícil de descrever, pois mistura suas próprias vivências com as de outras pessoas que aparecem no posto de vacinação.

"É um sentimento de poder fazer parte desta história. Vacinar pessoas e ajudar principalmente nesse momento. Cada pessoa é uma história, uma conversa diferente e você sente, quando você vacina, que está dando esperança; que está fazendo valer a pena o trabalho, que é muito cansativo", confessa.

O árduo trabalho da equipe de enfermagem e também dos voluntários, como Gabriely, possibilita uma maior integração e senso coletivo inclusive com o trabalho de alunos de outros cursos. A estudante diz que dá o melhor de si na campanha de vacinação e quer que mais pessoas se conscientizem.

"A vacinação é coletiva, todo mundo tem que se vacinar. Não adianta uma parte da população se vacinar e outra não, porque surgem novas cepas. Tem que continuar usando máscara e todos os cuidados, porque a pandemia ainda está aí", ressalta.