Funcionários se unem e menino de 11 anos com leucemia ganha casa nova no PR
Uma criança de 11 anos com leucemia recebeu uma casa reformada da Prefeitura de São José dos Pinhais (PR), com a ajuda de 40 voluntários e do serviço social do Hospital Oncopediatrico Erastinho, em Curitiba.
"Agora minha casa é nova, tem um quintal bem grande pra brincar", disse Michael Cordeiro dos Santos, que descobriu a doença aos 10 anos, em março de 2020. Com a evolução do quadro, agravada por uma infecção perigosa, a necessidade de mudar de lar se tornou urgente.
Ana Maria Cordeiro, de 32 anos, mãe dele e de mais quatro filhos, morava em uma residência alugada em São José dos Pinhais, mas as condições de insalubridade do imóvel, como a umidade das paredes, prejudicavam o estado de saúde do garoto, que tem a imunidade baixa por conta da quimioterapia.
As idas de Michael ao pronto-socorro com queixas de sinusite se tornaram frequentes, o que levou o assistente social do hospital Michel Keler, de 26 anos, a fazer uma visita à casa. "Era de madeira, o forro estava caindo; aí foi onde começamos a fazer um relatório para a Secretaria de Habitação do Município informando a situação", contou Keler, ao UOL.
No início, o órgão reconheceu a urgência e considerou a possibilidade de arcar com o aluguel de uma casa para a família. Mas na mesma época vagou um imóvel da prefeitura a 11 quilômetros do hospital que, em seguida, foi cedido ao paciente.
"A casa ainda precisava de reparos, de uma reforma, então criei um grupo no WhatsApp e em torno de 40 pessoas apareceram para ajudar com mutirão de limpeza, doação de móveis, roupas e arrecadamos R$ 3,4 mil para reformar", explica o assistente.
Em menos de um mês, a casa foi entregue à família Cordeiro. "Gratidão pelo que eles fizeram por nós, não íamos conseguir vencer essa luta sozinhos, agradeço muito porque estaríamos no mesmo lugar até agora", resumiu Ana Maria.
À reportagem, o chefe de Proteção e Serviço Social da Secretária da Habitação, Lucas Rocha, disse que "o ato foi gratificante para a secretaria. Nós percebemos que o caso do Michael era uma prioridade, se tratava não apenas de uma moradia, mas de uma vida."
Como a umidade afeta pessoas com leucemia
Segundo o Diretor Técnico do Erastinho, Dr. Robson Coelho, de 48 anos, a umidade presente na antiga casa de Michael poderia provocar mais crises alérgicas e facilitar a invasão de bactérias.
O paciente que faz tratamento com quimioterapia tem a imunidade baixa, e o fungo entra nas vias respiratórias ou por outras vias com facilidade, e vai causar infecção. Essas lesões vão disseminar a infecção no sangue e corre o risco de causar sepse."
Ele acompanhou o processo do garoto de perto. Já no decorrer do tratamento, Michael teve uma grave infecção fúngica, que o deixou em estado gravíssimo de saúde. "Ele pegou esse fungo no final do ano, com quadro de sinusite, mas progrediu rápido, vimos que era fungo e aplicamos antifúngico. Ele estava com o rosto inchado e com febre, correu um grande risco", conta o chefe do departamento do hospital infantil.
"Quero ser médico", diz Michael
Em entrevista ao UOL, Michael disse que está feliz com a casa, que agora tem um quintal "bem grande" para brincar e estrutura que lhe traz bem-estar.
Estou muito feliz porque aquela casa me dava muita alergia, coceira, eu espirrava muito. Agora tá bonita, tem um quintal bem grande pra brincar."
Sobre planos para o futuro, ele comenta: "Quero ser médico. Achei legal o jeito que me tratam no hospital, me aninam, cuidam de mim", diz o garoto.
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