Homem-Aranha de GO escala viaduto em busca de emprego: 'Um pai desesperado'
Ailton Santos, de 23 anos, tomou uma atitude extrema na busca de um emprego para pagar pensão do seu filho e sustentar a companheira, Valesca Vicente, que está grávida de dois meses: subir em um viaduto, fantasiado de Homem-aranha, sem nenhuma proteção, para chamar a atenção à necessidade de trabalho e compartilhar sua história, que envolve até uma mudança após falsa promessa de colocação no mercado.
O casal deixou o entorno de Brasília na cidade de Valparaíso de Goiás (GO) rumo a outra cidade goiana, Anápolis (GO), após a promessa de um posto como segurança. "[Sou] Um pai desesperado que veio para trabalhar em uma cidade e foi enganado. Fiquei desesperado e subi em cima do viaduto para chamar atenção e ver se conseguia algo para trabalhar", afirmou Ailton em conversa com o UOL.
O jovem tem um filho mais velho, de dois anos, que vive com a avó, na Bahia, e se prepara para receber outro no mundo, por isso, sofre com o desemprego. Fantasiado de Homem-aranha, roupa que ele já usava no entorno de Brasília onde vendia paçocas, ele chegou em Anápolis no sábado (21) e precisou dormir na rodoviária, ficando sem comer por quase dois dias. Chegou a conseguir um bico, que pagou uma pousada no domingo (22).
"[Ontem] falei para minha esposa sobre a ideia da fantasia, vou ver se faço uma placa, porque na segunda-feira ia ser bom, pois o trânsito estaria movimentado", detalha ele sobre a ideia. No cartaz, escreveu "preciso de um emprego. Tenho um filho de 2 anos e ele precisa de mim! Por favor me ajudem" junto ao número de telefone. Além de passear, fantasiado e com a mensagem no corpo, Ailton subiu o Viaduto Nelson Mandela, para espanto de muitos.
Sem proteção alguma, ele chamou a atenção das pessoas porque pensavam que ele iria se jogar do local. Os bombeiros foram acionados e, assim que chegaram, auxiliaram o jovem, alertando sobre os perigos de subir no viaduto. Segundo Ailton, após os militares verem seu cartaz, decidiram ajudá-lo, compartilhando fotos. Ainda assim, ele foi levado à delegacia, conforme confirmou a Polícia Militar de Anápolis ao UOL.
"Eles não colocaram algemas em mim para não dar alarde, para as pessoas não falarem 'ah, prenderam o Homem-aranha", disse Ailton, sobre o tumulto que a ação poderia gerar. Segundo ele, na delegacia não havia nada contra ele e então os policiais voltaram para o ajudar a se estabelecer na cidade.
Eles levados para atendimento com a assistência social, conseguindo abrigo para ele e a companheira grávida, que, por ser menor de 18 anos, precisou de acompanhamento do Conselho Tutelar de Anápolis, que os orientou sobre a necessidade de casamento em cartório devido à gestação. Eles partirão para Brasília para fazer isso, na presença dos pais de Valesca.
Até o momento, Ailton ainda não recebeu nenhuma proposta de emprego, pois, segundo ele, há certa desconfiança de algumas pessoas. Mas ele já faz planos para a nova vida na cidade: "Queremos crescer na vida aqui. Muita gente criticou, mas muita gente me ajudou", afirmou, dizendo já ter recebido doações por transferências via pix.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.