Apreendida 4ª envolvida em morte motivada por 'teste de psicopatia', em GO
Uma adolescente de 16 anos foi apreendida pela polícia suspeita de dar uma das facadas que mataram Ariane Bárbara Laureano, 18, durante uma emboscada, em Goiânia. Esta é a quarta integrante de um grupo de amigos suspeito do assassinato, que serviria para testar se um deles, a jovem Raíssa Nunes Borges, de 19 anos, "seria psicopata". A polícia alegou hoje que as investigações apontam que o crime foi premeditado.
De acordo com o delegado à frente do caso, Marcos Gomes, o assassinato não ocorreu em uma ação repentina, mas que o trio preso se reuniu na noite anterior a encontrar Ariane para planejar o crime.
Os jovens teriam uma lista de nomes de pessoas que poderiam ser mortas, mas Ariane teria sido escolhida pela estatura física. Segundo a polícia, o grupo confessou que a escolha foi feita porque, caso ela reagisse, o grupo conseguiria matá-la. Além disso, eles teriam dito que a ação seria para testar a reação de Raíssa após assassinar alguém e que, após ocultar o corpo da vítima, eles foram lanchar próximo a um shopping da região.
"Eles falaram que na noite anterior se encontraram e combinaram de matar uma pessoa. Nesse encontro um dia antes do crime, eles já tinham escolhido a faca e colocado sacos de lixo no porta-malas onde o corpo iria ser transportado para não deixar resquícios de sangue. Porém, encontramos resquícios de sangue no veículo", destacou o delegado Marcos Gomes, em entrevista ao UOL.
Gomes explica estar à frente da condução das investigações quanto aos presos temporários Raíssa Borges, Enzo Jacomini Carneiro Matos, 18, e Jeferson Cavalcante Rodrigues, 22, mas que a apuração sobre a participação da adolescente ficará a cargo da Delegacia de Apuração de Atos Infracionais, uma vez que ela é menor de 18 anos. Imagens dos locais que possivelmente o carro circulou estão sendo captadas pela polícia para serem anexadas ao inquérito.
"Eles confessaram o assassinato. Chegamos aos autores por meio de imagens que captaram a placa do carro, que está registrado no nome de um dos investigados, que apontou a participação de outros suspeitos. Mas existem alguns pontos de investigação em andamento. Há a suspeita da participação de outras pessoas neste crime", revelou o delegado.
A Polícia Civil informou que dois dos suspeitos afirmaram ser "satanistas" e que a ideia do assassinato surgiu porque Raíssa mostrou interesse em assassinar uma pessoa para "saber se ela era psicopata." "Segundo a jovem, ela saberia se tem o transtorno de personalidade após matar alguma pessoa, analisando sua reação após o fato. A investigada não apresentou nenhum tipo de arrependimento após a morte da vítima", informou a instituição.
Os jovens serão indiciados por homicídio com três qualificadoras: motivo fútil, emboscada e ocultação de cadáver. O laudo pericial está sendo aguardado para confirmar se, de fato, houve esganadura e perfuração por objeto cortante. Segundo a polícia, dos investigados, apenas Jeferson Cavalcante demonstra arrependimento pelo crime.
O crime
Ariane desapareceu na noite do dia 24 de agosto, após ser convidada pelo grupo para lanchar e não ter voltado para casa. Ela saiu, supostamente para lanchar, e seguia, de carro, com os suspeitos, no banco de trás do veículo, junto a Raíssa. Segundo depoimento, repassado pela polícia, o grupo teria combinado que, ao tocar determinada música no som do veículo, eles iniciariam o ataque.
Segundo a investigação, Raissa teria dito que apertou Ariane no pescoço até ela desmaiar e, depois, os demais envolvidos teriam ido para a parte traseira do veículo e a esfaquearam. O corpo de Ariane foi então colocado no porta-malas do veículo e o grupo se dirigiu ao setor Jaó, onde o jogaram em um terreno baldio.
"No local, dois dos autores ajoelharam ao lado do corpo, como se estivessem em um verdadeiro ritual, e por ali ficaram, por aproximadamente dez minutos, como bem explicado em um dos interrogatórios", informou a Polícia Civil.
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