Conheça o pterossauro que viveu no Nordeste e ostentava crista 'bizarra'
Um até então desconhecido pterossauro brasileiro foi apresentado por pesquisadores da Unipampa (Universidade Federal do Pampa) e do Museu Nacional em estudo publicado recentemente no periódico científico "Acta Palaeontologia Polonica". Trata-se do Kariridraco dianae, que teve fósseis encontrados na região da Chapada do Araripe, no Nordeste. E o que chama a atenção, de cara, é sua crista, chamada de "bizarra" pelos próprios pesquisadores.
Seu primeiro nome vem dos indígenas originários da região Kariris, e o draco remete à palavra latina dragão. A nova espécie também homenageia Diana Prince, a Mulher-Maravilha. Estimativas sugerem que o animal tenha chegado a até três metros e tinha uma grande crista. Seu fóssil está guardado em um museu de Santana do Cariri, no Ceará.
Além de apresentar a nova espécie e descrever com detalhes o animal que viveu 80 milhões de anos antes das aves, os paleontólogos rastrearam a origem dos tapejarídeos, "estranho grupo de pterossauros que ostentavam imensas cristas em suas cabeças".
"O novo bicho, assim como os demais tapejarídeos, também possuíam uma bizarra crista óssea no topo do crânio", ressalta Gabriela Menezes Cerqueira, da Unopampa e UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), primeira autora do trabalho. "Nossa melhor hipótese é a de que o animal usava a estrutura para atrair parceiros e se comunicar com outros da mesma espécie", observa.
Características
Os pesquisadores encontraram apenas seu crânio e algumas vértebras do pescoço desse novo pterossauro. Eles estipulam que o bicho poderia chegar até três metros de envergadura. Outra característica era que o bico sem dentes foi adaptado para buscar alimentos, provavelmente pequenos animais na beira de cursos d'água, como fazem as atuais garças.
O novo fóssil está depositado no Museu de Paleontologia de Santana do Cariri (CE), próximo ao local onde foi encontrado. "O kariridraco vai ficar para sempre disponível para visitação e estudo [neste museu], um exemplar centro de pesquisa no interior do Ceará", disse o professor da Unipampa Felipe Pinheiro, em comunicado da universidade.
"Fósseis brasileiros devem permanecer no Brasil, onde são não apenas objeto de estudos científicos, mas também patrimônio cultural", complementa o docente, que também assina o estudo. Recentemente, veio à tona pela Sociedade Brasileira de Paleontologia que um museu alemão estaria se recusando a devolver fóssil de dinossauro encontrado no CE.
O artigo recém publicado também mostra que os tapejarídeos provavelmente se originaram na América do Sul, tendo se espalhado por todo o planeta. Fósseis desses animais são encontrados em lugares distantes da região nordestina, como na China e no Marrocos.
Além de Gabriela Menezes Cerqueira e Felipe Pinheiro, são autores da pesquisa Maikon Fontes Marks, ambos da Unipampa; Mateus A. C. Santos, da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul); e Juliana M. Sayão, do Museu Nacional/ UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
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