Por que a ponte Rio-Niterói é fechada em dia de vento forte
Um protocolo de segurança determina o fechamento da ponte Rio-Niterói em caso de vento forte, como ocorrido na terça-feira (21) na região metropolitana. A ventania suspendeu a circulação de trens e derrubou quase cem árvores na capital fluminense.
O bloqueio do trânsito na ponte acontece por motivo de segurança, já que a ventania pode prejudicar a condução dos veículos e até derrubar motociclistas, ampliando a chance de um acidente de trânsito.
A ponte conta com estações meteorológicas em toda sua extensão e as informações geradas são monitoradas por um centro de controle, segundo a Ecoponte, concessionária da via que une a capital fluminense a cidades da região metropolitana sobre um trecho da Baía de Guanabara.
Ventos a partir de 60 km/h já deixam a equipe em alerta. O trânsito é interrompido quando a região é atingida por rajadas superiores a 70 km/h.
Na terça, os ventos alcançaram 80 km/h, o que motivou bloqueio do tráfego por 20 minutos nos dois sentidos. A interrupção foi determinada pelo Centro de Controle de Tráfego da Ecoponte que entendeu que as condições do tempo afetavam a segurança dos motoristas.
Quando o trânsito foi liberado, a concessionária adotou outro protocolo de segurança: comboios de viaturas cruzaram a ponte na frente dos carros para limitar a velocidade entre 20 e 40 km/h.
A ventania de terça foi provocada pelo encontro de duas massas de ar, segundo explica o meteorologista Wanderson Silva.
"A gente tinha a atuação de uma massa de ar quente aqui no estado do Rio de Janeiro até esta terça-feira [21]. Essa frente fria que chegou avançou muito rápido. O choque entre massas de ar com características diferentes, quente e fria, gerou bruscas variações de pressão atmosférica e, consequentemente, provocou as intensas rajadas de vento."
A ponte Rio-Niterói balança?
De acordo com a concessionária, a ponte não balança com os ventos. Até 2004, ela oscilava até 1 m para cima e para baixo, com rajadas entre 55 e 60 km/h, o que tornava mais comum o fechamento da via.
Para solucionar o problema, a Coppe UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) desenvolveu e instalou na estrutura um sistema de molas que evita oscilações.
De acordo com a Ecoponte, o chamado sistema ADS (Atenuadores Dinâmicos Sincronizados) fica dentro da estrutura e absorve os movimentos provocados pelos ventos, o que permite que a via continue aberta ao tráfego de veículos.
Sobre a ponte
A ponte Rio-Niterói é considerada um marco da engenharia nacional.
Inaugurada em 1974, ela é considerada a maior ponte do hemisfério sul e uma das maiores do mundo em área construída devido ao seu comprimento, largura e altura dos pilares e das fundações submersas cravadas na rocha no fundo da Baía de Guanabara.
A estrutura possui 13,29 km de extensão, dos quais 8,83 km são sobre a água. Seu ponto mais alto tem 72 m de altura.
A travessia leva cerca de 13 minutos. Originalmente, a ponte chama-se Presidente Costa e Silva, presidente no período da ditadura militar brasileira que ordenou a construção.
Problemas na cidade e susto no Corcovado
De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura, a capital fluminense registrou rajadas de ventos de até 76 km/h.
A prefeitura decretou estágio de mobilização por volta das 15h. O nível é o segundo em uma escala de cinco e significa que há riscos de ocorrências de alto impacto na cidade.
No Cristo Redentor, vídeos mostraram turistas se agachando para se proteger da ventania e um funcionário caminhando com dificuldade.
O vento forte provocou a interrupção do serviço dos trens da Supervia, com alguns ramais sem operação por quatro horas.
O metrô também teve os intervalos das viagens afetados, bairros ficaram sem luz e telhas da Escola Estadual Theophilo de Souza Pinto, no Complexo do Alemão, foram arrancadas. Ninguém ficou ferido.
A cidade retornou hoje, às 8h, ao estágio de normalidade. De acordo com o Alerta Rio, a previsão é de que a chuva e o vento percam a intensidade nas próximas horas.
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