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Identificados três suspeitos de iniciar incêndio na Chapada dos Veadeiros

Fazenda nos arredores de parque nacional foi identificada como uma das origens de queimada - Reprodução/Polícia Civil de Goiás
Fazenda nos arredores de parque nacional foi identificada como uma das origens de queimada Imagem: Reprodução/Polícia Civil de Goiás

Do UOL, em São Paulo

24/09/2021 21h14Atualizada em 24/09/2021 22h12

Três pessoas já foram identificadas como suspeitas de iniciar o incêndio que atinge a Chapada dos Veadeiros há 12 dias e que já destruiu, pelo menos, 23 mil hectares de área vegetal, o equivalente a mais de 1,2 mil estádios do Maracanã. Os homens não tiveram os nomes revelados pela Polícia Civil de Goiás, que apontou que pelo menos dois deles teriam cometido crime doloso, ou seja, quando há intenção no ato ou se assume conscientemente os riscos de uma ação.

O primeiro suspeito é um fazendeiro da região, que, segundo a investigação, estaria desmatando a propriedade, juntando restos de vegetais em montes antes de atear fogo. As chamas teriam saído do controle, alcançando as dependências do Parque Nacional dos Veadeiros. Ao chegar ao local para realizar perícia, policiais civis ainda encontraram alguns focos de queimadas.

O segundo identificado é um jovem que ateou fogo em um lixão no Distrito de São Jorge, em Alto Paraíso de Goiás. Os dois casos estão sendo tratados como crimes dolosos, uma vez que o fogo sem controle foi provocado intencionalmente.

Já o terceiro suspeito é um rapaz que estaria cortando um "material não identificado", quando o instrumento gerou uma fagulha, dando início a um novo foco de incêndio. Neste caso, a polícia trabalha com a hipótese de crime culposo, ou seja, há responsabilidade, mas não houve intenção na ação. De acordo com a Polícia Civil, os três inquéritos já estão em fase de conclusão para encaminhamento ao Ministério Público, que pode oferecer denúncia dos suspeitos à Justiça. Além da perícia, e do depoimento de testemunhas, a investigação usa dados de satélite, que localizam origens de pontos de calor.

Após perícia e depoimento de testemunhas e suspeitos, a principal denúncia, contra o fazendeiro, deve indiciá-lo por crime de incolumidade pública e ambiental, já que equipes de perícia constataram que o foco de um dos incêndios saiu de lá e a informação foi confirmada por dados de satélite, que localizam calor.

No caso do fazendeiro que teria promovido queimadas para desmatar sua propriedade, em depoimento, ele negou a ação, alegando que o fogo veio do cerrado. Segundo a polícia, a informação foi desmentida por laudo técnico. Por isso, a polícia definiu que o inquérito envolvendo o proprietário da área deve incluir os crimes ambiental e contra a incolumidade pública, quando o indivíduo coloca o coletivo em risco.

Pela primeira denúncia, se condenado, ele responderá a uma pena de dois a quatro anos de prisão e multa. Pelo perigo comum causado à população, a pena seria de dois a cinco anos de reclusão.

Detalhes sobre os demais inquéritos ainda não foram divulgados.