Ativista usa a própria calcinha para resgatar jumento: 'Faria de novo'
Uma mulher resgatou dois jumentos com a ajuda de sua própria calcinha, na região metropolitana de Fortaleza. Stefani Marinho Rodrigues, de 41 anos, estava no Anel Viário, uma rodovia de ligação da capital, quando avistou a dupla de animais, uma mãe e seu filhote. O caso ocorreu no domingo (10) e chamou atenção nas redes sociais.
A ativista, que é presidente da organização Anjos da Proteção Animal (APA), deixou seu carro encostado na estrada para ajudar os bichos, pedindo ajuda aos funcionários de um posto de gasolina às margens da estrada para conseguir um pedaço de corda ou fio para prender os jumentos até a chegada de um carro que os levaria a um "santuário". No entanto, ninguém respondeu.
"Fui colocando os animais [no posto de gasolina] e já pedindo ajuda para as pessoas, para ver se elas se solidarizavam com a situação. Pedi corda, barbante, algum instrumento, só para poder laçar, enquanto eu chamaria o reboque. Só que no momento ninguém ajudou, nem as pessoas que estavam abastecendo. Eles só riam. A única maneira que eu pensei era a calcinha", contou a ativista ao UOL.
Stafani relata que tinha uma corda no carro, mas estava com receio de voltar para a estrada e perder o controle dos animais. A ideia da calcinha veio no "desespero".
No vídeo publicado nas redes, ela mostra que não consegue sucesso em seu pedido para que alguém vigiasse a dupla de animais enquanto ela ia ao banheiro para retirar a peça.
Eu pensei: 'Gente, eu vesti uma calcinha que estica!'. Eu estava tão nervosa pela situação que tirei. Foi uma situação cômica, mas algo que foi de forma involuntária. A única peça que tinha no meu corpo que esticava era minha calcinha e eu ia conseguir ficar segurando o animal, tanto que a minha calcinha esticou muito. Ela não serve mais e vai ficar guardada como lembrança de um instrumento de salvar vidas.
A ativista conta que ficou durante uma hora e meia aguardando a chegada do carro que levaria os jumentos para o abrigo e que não pensou em desistir da ideia. "Não é só apenas pelos animais, mas também pensei na vida de pais e mães de família de motociclistas que estavam passando pela estrada. Já tive amigos vitimados por animais na estrada", comenta.
Não me arrependo, faria de novo. Eu recebi críticas construtivas e destrutivas, mas o que vale é a minha consciência. Se fosse preciso ficar nua para salvar vidas, eu ficaria.
Os jumentos foram levados para o abrigo, onde estão recebendo atendimento médico. "Hoje eles estão super felizes, soltos, livres dos maus tratos. O nosso objetivo é esse: tirar os animais da escravidão e pedir por políticas públicas."
A ONG, segundo ela, já resgatou cerca de 500 animais, a maioria deles foram resgatados em estradas, como vítimas de maus tratos e atropelamentos.
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