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Subtenente do DF e mais 2 homens são presos suspeitos de estupro coletivo

Delegacia apura caso de estupro coletivo em Goiás - Divulgação
Delegacia apura caso de estupro coletivo em Goiás Imagem: Divulgação

Nathalia Zôrzo

Colaboração para o UOL, em Brasília

15/10/2021 13h27Atualizada em 15/10/2021 20h17

Um subtenente da Polícia Militar foi preso e está sendo investigado pelo estupro coletivo de uma mulher de 25 anos. Ela denunciou ter sido violentada por seis homens durante uma festa em Águas Lindas (GO), cidade do entorno do Distrito Federal. Até o momento, mais de dez pessoas prestaram depoimento e outros dois suspeitos foram detidos.

A Polícia Civil de Goiás está ouvindo hoje testemunhas do caso, ocorrido no sábado (9). Três homens foram reconhecidos pela vítima e estão presos preventivamente. Um deles é o subtenente do Batalhão de Polícia Militar Ambiental do Distrito Federal Irineu Marques Dias, proprietário do imóvel que sediou a festa onde teria ocorrido o crime.

Outros três homens indicados por ela em depoimento ainda estão sendo procurados. A vítima relatou que em determinado momento do evento, duas mulheres ofereceram um quarto para que ela pudesse descansar, já que havia consumido bebidas alcoólicas.

Ela conta que, quando adormeceu, o subtenente entrou no quarto, sacou a arma como forma de ameaça e a estuprou. Ela alega que, depois de cometer o crime, o policial saiu do cômodo e os outros homens passaram a se revezar para violentá-la. A mulher afirma que gritou por socorro várias vezes, mas ninguém na festa ouviu. O crime teria ocorrido entre 4h e 7h.

A vítima diz ainda que aproveitou um momento de descuido dos agressores e conseguiu escapar e pedir ajuda. A Polícia Militar de Goiás foi ao local e prendeu seis homens. Como apenas três foram reconhecidos, os demais acabaram liberados.

A delegada Tamires Teixeira, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher do Goiás, disse ao UOL que um quarto suspeito está próximo de ser identificado: "Temos um possível nome e estamos tentando encontrá-lo. A acusação de estupro coletivo continua e hoje ouvimos a vítima novamente para esclarecer mais alguns detalhes. Ela apresentou a mesma versão do depoimento tomado pelo delegado plantonista no dia do crime."

Segundo a Polícia Civil, a vítima passou por exame de corpo de delito e um laudo preliminar comprovou os estupros. O relatório final do Instituto Médico Legal ainda não ficou pronto.

Outro lado

Na delegacia, o subtenente se manteve em silêncio e os outros dois homens detidos negaram o crime. Os três passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão preventiva decretada. A investigação agora busca identificar os outros três participantes do estupro coletivo, além das mulheres que teriam levado a vítima até o quarto.

Procurado pelo UOL, o advogado do subtenente, Marcelo Almeida, negou o crime e disse que o policial sequer esteve no evento. A defesa afirma que o local é uma casa de festas que pertence ao policial e que ele foi ao imóvel na manhã seguinte para entregar a chave para novos locadores.

Segundo Almeida, mais de dez pessoas que estavam na festa foram ouvidas e nenhuma confirma o estupro. Apesar do resultado do laudo preliminar, a defesa do PM também afirma que o exame de corpo de delito não comprova os abusos.

"Não bastasse isso, foi juntado ao inquérito um vídeo de circuito interno que mostra a jovem às 7h30 transitando livremente na entrada do imóvel onde ocorreu a festa, em total contradição ao que foi informado por ela, que teria fugido e pedido ajuda", conclui Marcelo Almeida.

Procurada pelo UOL, a Polícia Militar do Distrito Federal disse que aguarda a conclusão do inquérito para tomar as medidas pertinentes e que o militar já está automaticamente afastado do trabalho por estar preso.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado a princípio no título da reportagem, o policial é da PM do Distrito Federal, e não de Goiás. O conteúdo foi corrigido.