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Inquérito policial sobre morte no Jacarezinho 'perdeu razão de ser', diz MP

6.mai.2021 - Quarto em que um homem foi morto em ação policial no Jacarezinho - Joel Luiz Costa/Reprodução
6.mai.2021 - Quarto em que um homem foi morto em ação policial no Jacarezinho Imagem: Joel Luiz Costa/Reprodução

Ruben Berta

Do UOL, no Rio

15/10/2021 18h45

O promotor André Luís Cardoso, da força-tarefa do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) que apura a operação com 28 mortes na favela do Jacarezinho ocorrida em maio, afirmou hoje que o inquérito da Polícia Civil que investiga a morte de Omar Pereira da Silva, 21, "perdeu a sua razão de ser".

Dois policiais civis foram denunciados hoje pelo MP à Justiça. Douglas de Lucena Peixoto Siqueira e Anderson Silveira Pereira são acusados de fraude processual e Douglas, por homicídio doloso (com intenção de matar).

"Quem define, ao final do inquérito, o destino dele é o Ministério Público. Se já houve uma investigação independente e já oferecemos a denúncia, o inquérito da Polícia Civil perdeu a sua razão de ser. Não pode haver essa duplicidade", afirmou Cardoso.

O MP pediu à Justiça que requisite à Delegacia de Homicídios da Capital o inquérito para que seja anexado à ação penal.

A Polícia Civil afirmou mais cedo, em nota, que "os policiais foram denunciados em procedimento próprio do MP, antes de finalizada a investigação no inquérito policial" e que "só irá se manifestar no mérito após análise de todos os depoimentos e a chegada dos laudos periciais".

Além dos dois denunciados, os promotores da força-tarefa afirmaram que há outros dois policiais que já figuram oficialmente como investigados por outras duas mortes.

As apurações continuam em andamento em relação a outros 20 policiais envolvidos, mas não há elementos até agora, segundo o MP, para que eles figurem como investigados.

Os promotores tentaram entrar em contato com 115 possíveis testemunhas, mas apenas 44 efetivamente concordaram em colaborar. Muitas, segundo o MP, têm medo de possíveis retaliações tanto de policiais como de traficantes.

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