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Engenheiro cujo cão morreu em voo espera indenização: 'Que todos repensem'

O engenheiro civil Giuliano Conte com o cachorro Weiser - Reprodução/Instagram
O engenheiro civil Giuliano Conte com o cachorro Weiser Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

20/10/2021 12h41Atualizada em 21/10/2021 09h31

O engenheiro civil Giuliano Conte, cujo cão da raça American Bully morreu durante um voo da LATAM, espera que a suspensão dos voos com animais de estimação ajudem as companhias aéreas a repensarem o transporte de animais nos aviões. Em conversa com o UOL, ele afirmou que, até agora, não recebeu nenhuma proposta de indenização da empresa, com a qual já tinha viajado com Weiser.

Eu espero que todos revejam e repensem como que eles fazem esse tipo de transporte porque se eles oferecem esse serviço, têm que ter uma noção do que estão servindo. A nossa esperança é que todas as companhias aéreas repensem para que não aconteça o que aconteceu com a gente.
Giuliano Conte

Weiser, que tinha quase 4 anos, teria que ser transportado do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, para Aracaju, em Sergipe, no dia 14 de outubro. O caso foi denunciado nas redes sociais pela irmã do tutor, Giulia Conte. Segundo Guilherme, o animal já havia viajado sem maiores problemas em outros voos da mesma companhia, no mesmo avião que o dono, que se mudou de São Paulo para Aracaju há um ano e meio.

Ele veio no mesmo voo que o meu e autorizaram que viajassem numa caixa de acrílico, comum, com a grade na frente. Ele foi no porão, na parte separada para carga viva. Ele viajou duas vezes dessa mesma forma e não tivemos problemas. No dia 7 de setembro, eu estava retornando para Aracaju e não autorizaram o mesmo procedimento na hora do check-in.

O engenheiro afirma que, por conta do impedimento, deixou Weiser na casa do sogro enquanto atendia a todas as orientações da companhia para que o cachorro fosse posteriormente em um avião de carga. Segundo ele, foram seguidas todas as orientações da IATA (Associação Internacional de Transportes Aéreos) e lhe foi orientado que a caixa de transporte deveria ser de madeira, material diferente daquele utilizado nas vezes anteriores.

A gente atendeu às solicitações, às dimensões, ficou tudo dentro do padrão, aprovaram tudo no dia do embarque. Ele veio, mas quando fui buscá-lo, estava morto.

As orientações dadas para Conte espantaram a família. Segundo ele, a companhia pediu para que o animal chegasse com 4 horas de antecedência do voo e, portanto, ficaria preso por mais tempo do que estava acostumado.

Ele ficou [todo este tempo] preso na caixa de madeira. Só me informaram uma hora e meia depois que o voo chegou que ele estava sem vida. O tempo que ele ficaria preso era muito grande, algo a que ele não estava acostumado nem na própria casa. A gente vinha acostumando ele, mas quando ficamos sabendo dessas 4h de antecedência, ficamos assustados.

Desde sexta-feira (15), a companhia suspendeu por 30 dias o transporte de animais. Em nota, a LATAM informou que "foi observado que ele [Weiser] roeu o kennel de madeira em que estava e se asfixiou". Ainda, segundo a empresa, "o kennel estava em concordância com o processo de transporte de animais de grande porte da LATAM."

Após o incidente, Conte afirma que a companhia aérea arcou com os custos da cremação do animal, mas ainda não o contatou para falar sobre possíveis indenizações. Já a LATAM informou que "está acompanhando o caso e segue à disposição para prestar toda a assistência aos tutores".

O único suporte que eles nos deram foi de enviar o Weiser para gente depois. Levaram ao crematório e enviaram as cinzas para a gente.

O engenheiro diz que a família ainda está em choque e que está evitando falar muito sobre o assunto com a sua mulher, que está grávida.

A gente espera que todos repensem. Porque o Weiser não é o primeiro.

No final de setembro, outro cachorro da raça golden retriever morreu após viajar de avião de São Paulo para o Rio de Janeiro, onde a tutora, Gabriela Duque Rasseli, 24, o esperava. Segundo ela, o animal chegou "quase morto" por conta do calor que enfrentou durante a viagem.

A companhia negou que o animal tenha sido exposto ao sol ou passado calor e destacou manter contato com a tutora do animal desde o ocorrido, prestando a assistência necessária.