Vencedor da Mega-Sena deve pensão a filha com microcefalia, diz família

O ganhador de R$ 27 milhões na Mega-Sena, que teve prisão decretada pelo TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina) por não pagar pensão alimentícia, está sem quitar os valores à filha desde agosto de 2019, segundo o advogado que representa a família dela.

A descendente é filha de Altamir José da Igreja, vencedor do concurso 898, de 2007, em Joaçaba (SC). Ele levou R$ 27 milhões, mas precisou dividir o prêmio em 2014 ao entrar em acordo judicial com um ex-funcionário, que alegava ter dado os números sorteados na aposta paga pelo patrão.

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A filha tem 44 anos, vive com microcefalia e atualmente mora com a mãe, ex-esposa do milionário, em Itapema, em Santa Catarina. De acordo com Antônio Carlos Brandalise, advogado da família da herdeira, a luta pelo pagamento regular da pensão já dura dez anos.

De acordo com o TJSC, o valor somado das dívidas das pensões chega a R$ 160 mil. O mandado foi expedido contra Altamir, com decretação de prisão por 60 dias ou até que pague o débito. O tribunal não soube informar se o milionário já cumpre a decisão.

"O mandado de prisão refere-se ao não cumprimento de ordem judicial, ou seja, não efetua o pagamento das parcelas alimentares desde agosto de 2019. A filha tem 44 anos e é pessoa com necessidades especiais, tem microcefalia. Venho atendendo os interesses há aproximadamente 10 anos. Até hoje tivemos sucesso em todas as questões porque a causa é justa", declarou com exclusividade ao UOL o advogado da família da filha.

A defesa da filha não revelou a quantia mensal da pensão que deve ser paga pelo milionário e demais detalhes sobre o processo porque o caso está em segredo de Justiça.

Milionário passa por dificuldade, alega defesa

De acordo com Rodrigo Scarton, que atua na defesa do milionário, Altamir "está passando por um momento em que sua situação financeira é completamente distinta da vivida quando foram fixados os alimentos em favor de sua filha".

"Há inclusive uma demanda judicial solicitando a revisão dos alimentos fixados, comprovando a impossibilidade de pagamento do montante", disse o advogado ao UOL.

A defesa diz que a ex-esposa mudou de situação financeira "não podendo apenas Altamir ser responsável pelos gastos" da filha.

"Nos últimos anos, [ela] teria adquirido imóvel no litoral em valores milionários, além da aquisição de veículo de luxo 0 km. Ou seja, há uma distorção da verdade quando se noticia todos os fatos que foram publicados na mídia", afirma ele.

O milionário ainda contesta a decisão do TJSC porque diz que o mandado foi expedido por um juiz de Tangará, cidade onde a filha não mora mais. O advogado não revelou se Altamir já está preso e se vai recorrer da decisão.

"O Altamir jamais tentou se esquivar do pagamento da pensão alimentícia, tanto que tentou por inúmeras vezes entabular um acordo judicial para liquidação do débito, estando todas as tentativas devidamente documentadas e protocoladas no processo de execução, porém a credora, representada por sua genitora em momento algum colocou-se à disposição para fazer qualquer tipo de negociação", concluiu.