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Réus choram ao ouvir pai de Jairinho: 'Pedi a Deus que Henry voltasse'

Daniele Dutra e Lola Ferreira

Colaboração para o UOL e do UOL, no Rio

14/12/2021 14h23

A mãe de Henry Borel, Monique Medeiros, e o ex-vereador Dr. Jairinho, ambos acusados da morte da criança de quatro anos, choraram hoje durante o depoimento à Justiça do pai de Jairinho, o deputado estadual Jairo Souza Santos (Solidariedade), conhecido como Coronel Jairo.

No Tribunal, Coronel Jairo disse que chegou ao hospital Barra D'Or em 8 de março —a criança deu entrada no hospital sem vida, segundo laudo policial— e orou de joelhos por Henry, pedindo a Deus para que a criança voltasse. Monique chorou ao ouvir o relato do ex-sogro.

"Orei por Henry de joelhos, segurando a mão dele em direção ao coração. Fiquei entre 30 e 40 minutos pedindo a Deus para que ele voltasse, até que uma pessoa foi até a sala e disse que não tinha mais jeito", disse Coronel Jairo.

"Monique estava em estado de choque, cumprimentei, dei um abraço, mas não tem muito o que falar, os filhos são a razão da nossa vida, esse cara aí é a razão da minha vida", disse Coronel Jairo olhando para Jairinho, que chorou ao ouvir o pai.

Jairinho voltou a chorar copiosamente enquanto o pai narrava o "carinho" dele pelos filhos e sobrinhos. "Jairinho é um doce, não mata nenhuma mosca. É apaixonado pelo sobrinho, o Teo, pela filha, que é a razão da vida dele", disse Coronel Jairo.

O pai do réu criticou o laudo da Polícia Civil e disse que o corpo da criança não tinha lesões.

"Esse inquérito tem coisas inexplicáveis. As médicas não constataram nada na hora, elas colocaram causa mortis como indefinido. Não havia nenhuma equimose, não tinha qualquer lesão. Da cintura pra cima não havia nada, posso afirmar."

Segundo Coronel Jairo, não havia clima de briga ou desafeto entre Monique e Jairinho. Sobre a relação do casal, o deputado disse Monique se referia a Jairinho como um "príncipe".

Coronel Jairo diz que filho não é psicopata

As quase duas horas de depoimento do deputado estadual foram marcadas por críticas para todos os lados. O coronel da Polícia Militar depôs após ser intimado pela defesa de Monique Medeiros no processo que apura a morte de Henry Borel, de 4 anos. Monique e Jairinho são acusados de homicídio qualificado.

Coronel Jairo afirmou que não acredita na culpa do filho, pois leu ao menos nove livros sobre psicopatas e assassinos em série.

"[Quando o Henry morreu], eu me perguntei se tinha passado 40 anos morando com um psicopata. Porque pode acontecer. Mas li muitos livros, e psicopta não tem TOC [Transtorno Obsessivo Compulsivo]. O meu filho é chato com isso", disse, dando o exemplo que o filho não permite nem um copo fora do lugar.

Coronel Jairo contou que o filho relatou estar dormindo no momento da morte de Henry. O deputado disse que Jairinho toma "uns 5 remédios" para dormir e que, por isso, não é fácil acordá-lo.