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Quatro são presos por suspeita de cobrança de propina via Pix em Maceió

Armas, munição e dinheiro foram apreendidos em operação do Ministério Público de Alagoas - Divulgação/MPAL
Armas, munição e dinheiro foram apreendidos em operação do Ministério Público de Alagoas Imagem: Divulgação/MPAL

Aliny Gama

Colaboração para o UOL, em Maceió

15/12/2021 04h00

Quatro pessoas —sendo três policiais militares— foram presos por suspeita de cobrar propina para liberar motoristas flagrados em situação irregular em blitze de trânsito, em Maceió. Segundo as investigações, os pagamentos eram realizados via Pix.

A prisão aconteceu na segunda-feira (13), em uma operação do MPAL (Ministério Público de Alagoas), por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e do BPTran (Batalhão de Trânsito da Polícia Militar). A Polícia Militar de Alagoas informou que instaurou procedimento interno e que os três PMs ficarão afastados de suas funções até a conclusão das investigações.

A operação foi chamada de Pix, em alusão ao modelo de transferência bancária. Foram cumpridos quatro mandados de prisão e mais quatro de busca e apreensão em Maceió e em Arapiraca (AL), a 130 km da capital.

Os três policiais presos —dois homens e uma mulher— são lotados no Batalhão de Trânsito. De acordo com as investigações, o quarto preso emprestava a conta bancária para receber os pagamentos via Pix. Os nomes não foram divulgados. Após depoimento, os PMs devem permanecer custodiados na sede do BPTran, em Maceió.

Na operação, os agentes apreenderam armas, munições, telefones celulares e dinheiro, que seria "possivelmente fruto das supostas propinas cobradas", afirma o MPAL.

Segundo nota divulgada pelo Gaeco, o grupo estava sendo monitorado havia algum tempo e os investigadores flagraram diálogos dos policiais negociando o valor a ser recebido por meio de transferências Pix.

"Os suspeitos, de forma deliberada e cinicamente, obrigavam os condutores a fazerem transferências bancárias", diz o texto. "Quando aqueles motoristas que, no momento da abordagem, alegavam não possuir dinheiro para escapar da penalidade e consequentemente da apreensão de sua CNH e do carro, as equipes obrigavam a realização dos depósitos".

Em uma das conversas interceptadas pelos investigadores, um policial diz para um motorista deixar o dinheiro da propina em um estabelecimento comercial que pertence a um membro da família do PM, no bairro do Jacintinho.