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Homem é sequestrado em golpe iniciado em app de paquera: 'Dá vergonha'

Criminosos têm utilizado aplicativo de paquera para atrair vítimas - iStock
Criminosos têm utilizado aplicativo de paquera para atrair vítimas Imagem: iStock

Do UOL, em São Paulo

20/12/2021 11h01Atualizada em 20/12/2021 11h01

Aplicativos de paqueras têm sido utilizados por criminosos para facilitar sequestros relâmpagos. Segundo o "Fantástico", os grupos utilizam imagens de mulheres para atrair vítimas, marcam encontros e praticam o crime. Durante o cárcere, os criminosos obrigam as vítimas a passarem senhas de cartões, fazer transferências e até mesmo empréstimos.

De acordo com o delegado Ronaldo Sayeg, os criminosos utilizam os perfis falsos para conversar com as vítimas e saber qual o nível de poder aquisitivo delas.

"Essa ostentação é própria da paquera. Não é difícil mandar foto do carro que tem, de um imóvel, de alguma joia, de viagens, até para despertar interesse de quem ele está cortejando", disse ele, à TV Globo. "O homem está enviando um currículo para o criminoso."

Uma das vítimas, que não quis se identificar, relatou à emissora que chegou a fazer uma chamada de vídeo com uma mulher, com quem ele achava que se encontraria. "Ela aparecia com uma toalha no cabelo e não olhava diretamente para a câmera", disse. "Eu cheguei [no local do encontro], e ela não apareceu. Passou um pouco, um minuto, talvez menos, já chegaram os caras, colocando revólver".

O homem ainda afirmou que não pretende retomar o uso dos aplicativos. "Dá um pouco de vergonha. A gente se sente um pouco envergonhado pelo que aconteceu", relatou.

Segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, o crime está cada vez mais comum em São Paulo. "Basicamente todo dia aparece um novo caso na delegacia anti-sequestro", disse. A pena para o crime, considerado hediondo, é de 12 a 20 anos de reclusão.

Em nota enviada ao "Fantástico" o Tinder, aplicativo principal utilizado pelos criminosos, afirmou que monitora "constantemente" a plataforma "para detectar e remover perfis suspeitos", além de buscar "desenvolver inovações que priorizem a segurança".

Como recomendação de segurança, o aplicativo sugere que os usuários não tenham pressa para o encontro, que façam chamadas de vídeo antes de conhecer o pretendente ao vivo, que marquem encontros em lugares públicos e avisem amigos sobre os planos.