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Médico colombiano socorreu diarista morta após hidrolipo no RJ, diz polícia

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

22/12/2021 10h51

A Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio de imagens de câmeras de segurança e depoimentos de funcionários do Carioca Office, na Vila da Penha, zona norte da cidade, identificou que o médico colombiano Brad Alberto Castrillon Sanmiguel prestou socorro à diarista Maria Jandimar Rodrigues, de 39 anos, que morreu na última sexta-feira (17).

"Depoimentos dos funcionários do prédio ratificando o socorro do médico. Ao que tudo indica sim [ele prestou socorro] em cotejamento [comparação] com as imagens", disse ao UOL o delegado Renato Carvalho.

Ao ser perguntado pela reportagem se o médico então deixaria de ser investigado pela omissão de socorro, a resposta foi "sim". Apesar disso, contra Brad Castrillon ainda persiste a denúncia de negligência médica.

Ao UOL, a defesa de Brad Castrillon disse que que "foram colhidos dois depoimentos de funcionários que trabalham no Carioca Office e presenciaram o socorro prestado pelo Brad, bem como ausência de intenção de se evadir do local. Assim, evidente que restou provada a boa conduta do médico".

"O que a família quer é justiça. Muito embora ele não esteja sendo denunciado pela omissão de socorro, Brad [disse] em depoimento que Maria Jandimar tinha arritmia cardíaca. Essa tese a família enxerga como cheia de crueldade, uma vez que coloca palavras na boca de uma pessoa que hoje não tem mais vida graças à negligência dele", disse o advogado que representa a filha da diarista e o marido, Cristiano Vieira. Brad Castrillon disse à Polícia Civil que, após passar mal com a anestesia, a diarista teria dito que sofria de arritmia.

"Estamos apresentando na delegacia um eletrocardiograma feito por ela um pouco antes do procedimento cirúrgico que demonstra que ela não possuía nenhum tipo de anomalia cardíaca, jogando por terra esse depoimento dele de que ela confessou que tinha arritmia. Estamos apresentando também os pedidos de exame do doutor Brad que não inclui o eletrocardiograma como documento de risco cirúrgico", disse o advogado Cristiano Vieira.

Brad Castrillon ainda é investigado pela realização do procedimento estético conhecido como hidrolipo. A clínica onde ele atuava ainda estava interditada. Ontem, o UOL conversou com uma outra possível vítima do médico, que chegou a ficar 16 dias no CTI após sofrer uma infecção generalizada.