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Menina de 4 anos fica ferida após irmã de 10 disparar arma de pressão

Menina ferida por disparo de arma de pressão em Piúma (ES) teve que ser transferida de helicóptero para hospital na capital, Vitória - Reprodução NOTAer/PMES
Menina ferida por disparo de arma de pressão em Piúma (ES) teve que ser transferida de helicóptero para hospital na capital, Vitória Imagem: Reprodução NOTAer/PMES

Vinícius Rangel

Colaboração para o UOL, em Vitória

16/01/2022 22h15

Uma menina de 4 anos foi atingida na cabeça com um tiro de espingarda de pressão hoje de manhã em Piúma (ES). Segundo a polícia, quem atirou foi a própria irmã de 10 anos, enquanto as duas brincavam na sala com a arma.

De acordo com informações da Polícia Militar, por volta das 11h, moradores ouviram um disparo muito alto vindo da residência. Em seguida, o pai das duas crianças saiu desesperado pedindo ajuda. A criança de 4 anos estava bastante machucada.

A menina foi levada para o Hospital Municipal Nossa Senhora da Conceição em estado grave e chegou a ser entubada. Ela foi transferida no início da tarde, de helicóptero, para o Hospital Infantil de Vitória. A bala — que seria de chumbinho — atingiu a região temporal do lado direito da cabeça. A menina passou por uma cirurgia, mas o projétil continua alojado na cabeça.

Aos PMs, o pai da vítima contou que tem a arma de pressão, calibre 5.5, há poucos dias. Ele disse ter comprado o equipamento para prática de tiro ao alvo. O homem relatou que deixou as duas meninas brincando na sala e que por um descuido elas pegaram a arma, que estava perto delas, para brincar e em seguida ouviu o disparo.

Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, o pai correu até o cômodo e encontrou a filha de 10 anos desesperada com a arma nas mãos e a outra caída ao chão, desacordada.

A arma foi apreendida pelos policiais militares e encaminhada à delegacia da cidade. O pai não foi conduzido. O delegado que atendeu a ocorrência, David Gomes, disse que o fato de o responsável prestar socorro e comparecer à autoridade policial por livre e espontânea vontade afasta o homem do estado de flagrante.

"O comparecimento espontâneo da vítima resulta em afastamento do estado flagrancial. Isso está previsto no Código de Processo Penal. Ele foi por conta própria à delegacia antes mesmo de alguém acionar a polícia", explicou Gomes.

O delegado explicou que a espingarda de pressão do caso não é considerada arma de fogo e, por isso, não precisa de registro na Polícia Federal.

"A espingarda de pressão não é considerada arma de fogo até o limite de calibre 6.0. Abaixo disso, ela é uma arma de pressão normal, e precisa apenas de nota fiscal como qualquer outro produto. Portanto, não há um crime de posse ilegal de arma de fogo nesse caso", disse.