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Tartarugas ficam presas em rede de pesca no ES; veja vídeo do resgate

Daniel Leite

Colaboração para o UOL, de Juiz de Fora (MG)

16/01/2022 21h41Atualizada em 18/01/2022 09h58

Um homem que pescava na praia de Setiba, em Guarapari (ES), ontem (15) filmou tartarugas presas em uma rede de pesca deixada no local. Segundo o restaurador Daniel Lana Christ, que fez as imagens, pelo menos dez animais estavam presos.

Lana disse ter chamado a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros enquanto tentava retirar os animais da rede e foi informado que as corporações não são responsáveis por esse tipo de trabalho. Por e-mail, a PM disse que, ao ser acionada, foi até o local averiguar a denúncia e que realizou patrulhamento preventivo ma região.

O restaurador disse ter tentado contato também com o Projeto Tamar, mas ninguém atendeu, segundo ele.

Lana estava de caiaque e viu as tartarugas entrelaçadas na rede, sem terem como se desvencilhar, quase na superfície da água, a poucos metros da praia. Ele percebeu a situação depois que sua isca ficou presa à rede.

"Eu comecei a puxar devagar e vieram algumas tartarugas, algumas respirando, outras não, e vi o restante delas na rede", contou.

Lana pesca por hobby, e disse que tentou por mais de uma hora resolver a situação, mexendo na rede. Conseguiu retirar uma tartaruga com vida. "Mas a rede estava pesada, não consegui tirar mais", disse.

A Marinha foi até o local. Lana não chegou a ver a atuação da corporação, mas teve acesso a um vídeo mostrando os militares em uma embarcação.

Procurada para responder se há alguma investigação sobre a rede de pesca no local, a Marinha informou em nota que as tartarugas foram retiradas e devolvidas ao mar.

Ainda segundo o comunicado enviado ao UOL, esse tipo de ação não é de competência da Marinha, mas os militares atuam quando necessário. A corporação disse que seria necessário fazer contato com "órgãos ambientais locais, responsáveis pela atuação e desdobramentos em casos como esses".

Notícias da imprensa local afirmam que pelo menos dez foram encontradas na rede. Questionada sobre a quantidade, a assessoria de imprensa da Marinha afirmou não ter passado esse dado para nenhum veículo de imprensa, mas que esse número é uma "média" do que foi devolvido ao mar.

A Secretaria de Meio Ambiente do estado do Espírito Santo informou que a responsabilidade por essa situação é do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IEMA). A assessoria de imprensa do IEMA, por sua vez, informou que a fiscalização de pesca não cabe ao instituto.

Questionada sobre a investigação a respeito do caso, a Secretaria de Meio Ambiente de Guarapari informou apenas que "em caso de denúncia, a população deve ligar para os órgãos ambientais". Ainda segundo a prefeitura, as tartarugas resgatadas foram levadas ao Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos, na sede do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, em Cariacica, na Grande Vitória, onde, segundo o comunicado, "passam por um processo de triagem, tratamento e reabilitação para retorno à natureza".

Segundo a Polícia Civil informou ao UOL, o caso vai ser investigado pela Delegacia de Infrações Penais e Outras de Guarapari, para encontrar os donos das redes. A assessoria disse ainda que denúncias dessa natureza podem ser feitas pelo telefone 181 (a pessoa não precisa se identificar) ou pelo site da corporação, sendo possível anexar imagens e vídeos de ações criminosas.

O UOL não conseguiu contato por enquanto com o Projeto Tamar.