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Polvo-véu raro 'dançando' nas águas é gravado em vídeo por bióloga; assista

Movimentos do polvo-véu na água se assemelham a uma dança. - Reprodução/Jacinta Shackleton
Movimentos do polvo-véu na água se assemelham a uma dança. Imagem: Reprodução/Jacinta Shackleton

Colaboração para o UOL

14/01/2022 09h37

A bióloga marinha australiana Jacinta Shackleton protagonizou, na semana passada, um encontro raro com um polvo-véu, que apareceu pouquíssimas vezes diante de seres humanos ao longo da história da exploração dos oceanos. Por isso, ela foi à loucura ao perceber o animal que "dançava" à sua frente durante um mergulho na Ilha Lady Elliot, na Grande Barreira de Corais australiana.

Em êxtase, a bióloga filmou o espécime, uma fêmea, fazendo movimentos que lembram uma dança, efeito causado pelo seu tipo diferente de tentáculos, parecidos com véus. "Poderia ser um peixe jovem com barbatanas longas, mas quando se aproximou, percebi que era um polvo-véu fêmea", contou. "Era como se estivesse dançando na água com uma capa esvoaçante. As cores vibrantes são tão incríveis que você não consegue tirar os olhos delas".

Também chamado polvo-cobertor, o animal é muito difícil de ser encontrado. O primeiro registro de um macho vivo foi feito apenas em 2002, ao norte da Grande Barreira de Corais, por uma equipe liderada pelo Dr. Julian Finn, curador de invertebrados marinhos do Museu Victoria.

Na ocasião, Finn relatou que a espécie é o exemplo mais extremo de "dimorfismo de tamanho sexual de um animal não microscópico", já que as fêmeas podem atingir até 2 metros de comprimento, enquanto os machos crescem apenas até a cerca de 2,4 cm. Além disso, machos não possuem os "véus" que refletem as cores do arco-íris, característica que chama tanto a atenção nas fêmeas.

Schackleton acredita que apenas outros três polvos-véus foram vistos na área da Ilha Lady Elliot antes do encontro protagonizado por ela. Além disso, considera o registro ainda mais especial porque esses animais estão acostumados a viver em mar aberto, portanto a possibilidade de encontrar um deles perto de um recife é muito menor.