Pai e solidário: quem era Durval, morto por sargento confundi-lo com ladrão
Um homem prestativo, inteligente, trabalhador, sorridente e família. Esses são alguns dos adjetivos lembrados por amigos e familiares a respeito de Durval Teófilo Filho, 38, morto pelo sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra, que o confundiu com um ladrão. O crime aconteceu na noite da quarta-feira (2), em São Gonçalo, município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
A filha, de apenas 6 anos, não sabe da morte do pai. A criança esperava ele chegar em casa já que os dois acabaram criando um costume juntos.
"Eles eram muito grudados. Todo dia quando chegava, ele deixava as coisas em casa e descia com o lixo. Ela sempre ia com ele, acabou virando um ritual dos dois. Ela pergunta o tempo todo onde está o pai dela, onde ele está", disse Carlos Souza, padrinho da menina, em entrevista ao UOL.
Muito abalada, Luziane Teófilo, com quem Durval era casado há 13 anos, acredita que o crime tenha sido motivado por racismo já que a vítima era negra. "Eu acredito que foi racismo, sim". Durval, que trabalhava em um supermercado, foi atingido no abdômen e na perna. De acordo com o padrinho da pequena Letícia, ele tinha medo de ser assaltado.
"Ele era um cara família e era um compadre maravilhoso. Uma pessoa despreparada acabou tirando a vida de um inocente. Ele tinha muito medo de assalto e acabou morrendo na ponta de uma bala. Ele morreu pelo pior medo dele, o tiro. A última vez que nos vimos foi na formatura da minha afilhada. Nos encontramos, rimos e agora recebemos essa notícia", contou Carlos.
Através de imagens de câmeras de segurança foi possível ver o momento em que Durval chegava em casa e foi abordado pelo militar. Mesmo atingido na barriga e avisando que era morador do condomínio, o sargento atirou pela segunda vez acertou o abdômen. Ele ainda efetuou um terceiro disparo, mas não acertou a vítima.
Além de todas essas características, Durval Teófilo também era uma pessoa solidária. Durante uma enchente, em 2012, Wallan encontrou, no amigo, um refúgio para morar.
"Certa vez passei por uma enchente em 2012 e ele me ofereceu abrigo em sua casa. Me ofereceu a chave de onde morava na época para mim, meus dois filhos e minha esposa. Ele era um irmão, mesmo sem ter o DNA", falou Wallan Oliver.
Amigos há 25 anos, o artista plástico conta que durante o período em que trabalharam juntos em uma empresa de óleo e gás, conquistou um espaço que muitos não conseguem.
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