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Prefeitura do RJ vai transformar quiosques onde Moïse foi morto em memorial

Projeto de quiosque em homenagem a Moïse Kabagambe - Divulgação/Prefeitura do Rio
Projeto de quiosque em homenagem a Moïse Kabagambe Imagem: Divulgação/Prefeitura do Rio

Do UOL, no Rio

05/02/2022 11h22

A prefeitura do Rio anunciou hoje que vai transformar em um memorial em homenagem às culturas congolesa e africana os quiosques Biruta e Tropicália, na Barra da Tijuca, onde Moïse Kabagambe foi brutalmente assassinado no dia 24 de janeiro.

De acordo com a Secretaria Municipal de Fazenda, a gestão de um dos quiosques será oferecida aos familiares de Moïse. As oportunidades de emprego também deverão ser oferecidas a refugiados africanos residentes no Rio.

Além disso, em parceria com o Sesc/Senac e com organizações sociais, a prefeitura e a concessionária Orla Rio, que administra os quiosques, vão criar um programa de treinamento e capacitação para esses imigrantes atuarem no setor de alimentação.

"O que aconteceu foi algo brutal, inaceitável e que não é da natureza do Rio. É nosso dever ser uma cidade antirracista, acolhedora e comprometida com a justiça social", disse o secretário de Fazenda, Pedro Paulo.

As mudanças previstas incluem uma reformulação da arquitetura dos quiosques para que eles se transformem em um espaço de celebração da cultura do povo africano, tendo ali um ponto de referência com comida típica, música e artesanato.

Tanto a concepção quanto a execução do projeto, que inclui um memorial a Moïse, serão realizadas por profissionais negros e com foco na promoção e celebração da cultura africana. O espaço também poderá ser utilizado para exposição de arte e apresentações musicais típicas, além da realização de feiras de artesanato.

Ato pede justiça por Moïse

Neste sábado, acontece uma manifestação por justiça por Moïse Kabagambe na orla da Barra da Tijuca que reúne imigrantes e representantes de movimentos sociais e frentes sindicais. Também está sendo realizado um ato na Avenida Paulista.

Um vídeo obtido pelo UOL mostra que Moïse ficou sozinho amarrado e desacordado por 21 minutos após a sessão de agressões ao lado do quiosque. As imagens também revelam que o Samu tentou reanimar o congolês por 25 minutos.

A polícia prendeu até o momento três pessoas acusadas da morte de Moïse: Fábio Pirineus da Silva, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Brendon Alexander Luz da Silva.