Topo

Esse conteúdo é antigo

Caso Moïse: Justiça mantém prisão de suspeitos de morte de congolês no RJ

DO UOL, em São Paulo

03/02/2022 17h29

A Justiça do Rio de Janeiro manteve na tarde de hoje a prisão temporária dos três presos suspeitos de espancar até a morte o congolês Moïse Mugenyi Kabagambe no quiosque Tropicália, no Rio de Janeiro, no último dia 24 de janeiro.

Fábio Pirineus da Silva, Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca e Brendon Alexander Luz da Silva foram ouvidos em salas separadas na Central de Audiência de Custódia (Ceac) de Benfica, na zona norte da capital fluminense.

Os três juízes responsáveis pelas audiências, Rafael de Almeida Rezende, Pedro Ivo Martins Caruso D'Ippolito e Mariana Tavares Shu, consideraram regulares as prisões temporárias decretadas por homicídio duplamente qualificado, com aplicação de meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.

Os suspeitos foram representados pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro. O órgão afirma, em nota ao UOL, que, "uma vez que sejam citados no processo, eles vão informar se continuarão sendo atendidos pela Defensoria ou se vão constituir advogado" e que, além disso, não se pronunciaria sobre o caso.

Relembre o caso

Moïse Kabagambe, 24, foi espancado até a morte em um quiosque na praia da Barra da Tijuca no último dia 24, mas o caso ganhou as manchetes nacionais na última semana, quando a comunidade congolesa no Brasil organizou protestos pedindo Justiça pelo assassinato.

Câmeras de segurança entregues pelo dono do Quiosque Tropicália à polícia flagraram a ação de três homens, que foram posteriormente presos.

A PCERJ (Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro) não acredita que o dono do quiosque, o Policial Militar Carlos Fabio da Silva Muzi, tenha qualquer envolvimento com o crime.

Além de apanhar com um taco de baseball por pelo menos 30 vezes, Moïse foi imobilizado por um dos agressores e chegou a ser amarrado a um poste. Após a sessão de espancamento, uma das pessoas que bateu no congolês tentou reanimá-lo e uma ambulância foi acionada.

De acordo com a família de Moïse, o jovem foi ao quiosque Tropicália para cobrar R$ 200 em diárias de trabalho devidas. Ele trabalharia no local de forma freelancer, entregando cardápios a pessoas na areia, e ganharia por comissão.