Monark defendeu visão infantil da liberdade de expressão, diz advogado
O advogado criminalista é Daniel de Magalhães Gerstler, colaborador voluntário do Instituto Brasil-Israel, disse que o podcaster Bruno Aiub, mais conhecido como Monark, fez uma defesa bastante deturpada e até infantil da liberdade de expressão ao propor a criação de um partido nazista no Brasil.
"Não conheço o Monark, não acompanho o podcast dele, mas pelo que vi ali me pareceu muito mais uma defesa de que aquilo seja discutido dentro de uma visão bastante errada, deturpada e, na minha opinião, infantil da liberdade de expressão", afirmou Gerstler, em entrevista ao UOL News.
Ontem, Monark foi desligado do "Flow Podcast". No episódio de segunda-feira (7), ele defendeu a existência de um partido nazista reconhecido por lei, enquanto entrevistava os deputados federais Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PSB).
Conhecido na internet por outras polêmicas, a mais recente fez com que diversos setores da sociedade, incluindo políticos e representantes da comunidade judaica, repudiassem as falas de Monark, consideradas apologias ao nazismo. Atualmente, é crime a fabricação, o comércio, a distribuição ou a veiculação de símbolos que utilizem a cruz suástica para divulgação do nazismo.
Para o advogado criminalista, a resposta para as atitudes de Monark e do ex-BBB e comentarista político Adrilles Jorge, desligado da Jovem Pan hoje após suposta saudação nazista ao vivo, tem que ser política.
"É um assunto grave e a questão jurídica é secundária nesse caso. Pois ela é simples, na verdade. A resposta política tem que vir de forma incisiva e bastante educadora e, como tem sido feito, bastante firme", afirmou Gerstler.
Segundo ele, a discussão sobre a banalização do nazismo e do Holocausto, do genocídio judaico e de outras minorias passa por uma questão que é muito profunda e delicada.
"[Num momento] em que não só o antissemitismo, como a extrema direita e tendências fascistas e neonazistas estão surgindo na sociedade, o que é super grave e perigoso, parte de uma necessidade de nós, como uma sociedade liberal, combatermos."
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