'Só sabia chorar': alunos relatam medo de enxurrada em escola de Petrópolis
No final da tarde de ontem (15), alunos da Escola Municipal Vereador José Fernandes da Silva pediram para sair mais cedo, em razão da chuva que atingia Petrópolis. As ruas já alagadas e a força das águas impediram que professores e direção acatassem o pedido.
Poucos minutos depois, uma área de vidro nos fundos da escola se rompeu. Era a água que desceu do Morro da Oficina —área que concentra as vítimas na cidade—, chegando até os alunos e fazendo com que eles chorassem de desespero.
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De acordo com os relatos de quem estava na escola, a força da água —que desceu como cachoeira— retorceu uma grade de ferro e alagou o local em minutos.
Alguns alunos tentaram avisar os pais, mas não conseguiram: o sinal de internet e telefonia estava falho devido às chuvas. Os poucos que tinham sinal avisaram que estavam bem, mas não tranquilizaram os responsáveis.
O pai de uma das alunas trabalha em Minas Gerais e estranhou a ligação da menina no meio da tarde. Na tela do celular, viu a filha chorando de soluçar. Ela levou alguns minutos para conseguir explicar o que estava acontecendo. "Só sabia chorar", relembram.
Naquela altura, o desespero já havia dominado os alunos, professores e funcionários. Enquanto o nível da água aumentava, ficava mais difícil imaginar que seria possível sair dali.
Um dos alunos tentou quebrar uma janela de vidro e pular do segundo andar, mas desistiu. Outro tentou fazer o mesmo movimento, mas se feriu no rosto com estilhaços.
A escola divide parede com um pronto-socorro, e, em dado momento, os adultos decidiram quebrar janelas e ajudar os alunos a pularem para o prédio ao lado. Algumas saíram dessa forma, mas logo depois conseguiram desobstruir o caminho e a escada até a porta da frente.
Alguns alunos saíram encharcados de lama, outros saíram chorando. Todos foram levados ao pronto-socorro ou à academia de lutas próxima.
Após a saída, alguns alunos demoraram horas para chegar em casa. Outros, dormiram na casa de amigos porque os responsáveis não conseguiram chegar até a escola.
Além do deslizamento que atingiu a escola, a Defesa Civil de Petrópolis contabilizou outras 212 ocorrências do tipo, de acordo com dados atualizados às 13h. Em diversos pontos da cidade, principalmente o Morro da Oficina, foram registradas mais de 50 mortes.
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