Alunos protestam contra professor que chamou máscara de focinheira no DF
"Pode entrar. Não mordemos. Estamos de focinheira". Com este recado, alunos do Centro de Ensino Médio Elefante Branco, escola pública do Distrito Federal, protestaram contra um professor que, segundo eles, tem se apresentado como negacionista da pandemia de covid-19, a ponto de chamar máscaras de focinheiras. Os estudantes registraram um recado no quadro de uma sala em que ele diz que não dará as aulas verbalmente por ter de usar a proteção facial.
Revoltados com a atitude do professor de história, os alunos se reuniram no refeitório da escola. Imagens gravadas por estudantes mostram o grupo segurando cartazes e gritando palavras de ordem, como "Vacina salva sim" e "A pandemia não acabou, a focinheira nos salvou".
No registro feito em foto, lê-se um recado do professor: "A nossa comunicação será através do quadro. (...) não posso abaixar a focinheira para me comunicar".
O protesto foi organizado pelo Grêmio Estudantil Honestino Guimarães. A presidente do grupo, Gabriely Santos Souza, 17, disse que desde o retorno das aulas presenciais, em 14 de fevereiro, o professor debochou do uso de máscara, ofendeu alunos, não concedeu fala aos estudantes e ainda ressaltou que não se vacinou.
Quando os alunos o questionaram, ele começou a oprimir, dizendo que aluno não tinha autoridade em sala de aula. E por ele se recusar a dar o conteúdo de forma oral, os alunos estão tendo prejuízo. Ele disse que não consegue se comunicar de máscara, falou que o equipamento é uma focinheira e fala coisas que, principalmente, dentro da aula de história, são inadmissíveis.
Gabriely Santos Souza, presidente de grêmio
A estudante também contou que o professor de história, desde 2015, apresenta atitudes que causam indignação aos estudantes e que isso já teria sido informado à administração.
"Há seis anos, os alunos registram reclamações contra ele. A escola suspende, pune e alerta o professor, todavia, a postura não muda. Os alunos, em uma semana de aula, já decidiram que não vão tolerar isso", acrescentou Gabriely.
Em nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal disse que "conclama os professores a se concentrarem na recomposição das aprendizagens perdidas durante a pandemia. Este é o foco e a maior prioridade no ano letivo de 2022."
A pasta também informou ao UOL que o caso foi encaminhado à Corregedoria para apuração, mas não respondeu se o docente será afastado ou se segue à frente destas turmas.
A reportagem também tenta contato com o professor, mas ainda não obteve sucesso.
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