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Mãe solo comove ao pedir emprego com cartaz nas ruas do DF: 'Desesperada'

Sanatielly da Conceição tirou foto para compartilhar sua luta nas redes sociais - Arquivo Pessoal
Sanatielly da Conceição tirou foto para compartilhar sua luta nas redes sociais Imagem: Arquivo Pessoal

Do UOL, em São Paulo

09/03/2022 12h15Atualizada em 09/03/2022 12h15

Sanatielly da Conceição, 32, ganhou atenção nas redes sociais ao compartilhar uma foto com um cartaz pedindo emprego pelas ruas do Distrito Federal. A mulher, que mora em Planaltina, cidade-satélite de Brasília, conta que decidiu adotar a tática depois de muitos meses enviando currículos para empresas da região, sem sucesso.

Ela está desempregada há cinco meses, desde que saiu de um emprego temporário, com contrato de um ano, em uma empresa terceirizada que prestava serviços em um projeto social de Brasília. Mãe solo de três meninas, de 16, 13 e nove anos, a mulher não recebe nem mesmo pensão do pai das crianças, de quem se separou em 2019.

Sanatielly confidencia que essa não foi a primeira vez que ela usou o cartaz como método para procurar emprego, ainda que a repercussão dessa nova tentativa tenha sido muito maior.

"Há muito tempo eu já tinha feito isso, mas não tinha repercutido tanto. Na época deu certo, eu e uma colega minha conseguimos emprego. E assim, o último emprego que eu estava era temporário, então eu tinha certeza que no prazo de um ano ia acabar e eu ia estar desempregada novamente. Antes mesmo de acabar, quando eu estava há oito ou nome meses no emprego, eu comecei a enviar currículo, porque eu sou mãe solo então eu precisava de alguma coisa fixa", explicou ela, em entrevista ao UOL.

Diante da situação desfavorável, a mulher, que estava cursando matemática em uma faculdade privada com bolsa integral, teve que trancar o curso para concentrar suas forças nos problemas financeiros que enfrenta.

"O prazo do projeto acabou, eu fiquei desempregada, o seguro (desemprego) acabou e nada, só eu enviando currículo. Aí eu falei: 'É, não vai ter jeito, vou ter que ir pra rua de novo'", diz.

Ao falar sobre a função que pretende ocupar no mercado de trabalho, Sanatielly detalha que já foi operadora de caixa, atendente e agente de campo, mas não descarta migrar para outras funções.

"A única coisa que eu me preocupo muito ainda é a distância. Eu moro em uma cidade-satélite de Brasília e recebi muitas propostas que ficam do outro lado [da cidade], então para sair 22h, 23h, fica meio complicado para mim. Mas em questão de [função de] trabalho, eu não escolho, o que vier eu estou aceitando", afirmou a mãe, que se disse surpresa com a repercussão da foto, postada por ela mesma em um grupo no Facebook, com a intenção de alcançar mais pessoas na busca por uma ocupação.

"Eu estou bastante confiante, ao mesmo tempo em que eu estou desesperada. Eu tenho certeza que vai dar certo, alguma coisa vai aparecer. Eu já fiz muitas entrevistas, processos seletivos, nada ainda certo, mas tenho certeza que vai acontecer", concluiu.