'Quero comer frango', diz menino resgatado após 26 dias perdido em floresta
O pequeno Gleiçon, de 9 anos, que passou 26 dias desaparecido na floresta amazônica com o irmão Glauco, 7, tinha apenas um pedido para os médicos no hospital: "comer frango". E seu pedido foi atendido alguns dias após os garotos chegarem ao hospital e passarem por uma dieta restritiva de recuperação.
"Quero comer frango", disse ao ser questionado pela reportagem do Fantástico sobre o que desejava fazer agora.
Os dois continuam internados no Hospital e Pronto-Socorro da Criança na zona oeste de Manaus, e estão sob acompanhamento médico para ganhar peso.
A reportagem do Fantástico mostrou que o mais velho está pesando 20 kg, quando o ideal seria ter entre 28 kg e 29 kg. Já o mais novo, está com 16 kg — quando deveria ter entre e 23 kg e 24 kg.
Um boletim médico divulgado ontem informou que os meninos "apresentaram melhora considerável do quadro, aceitam a dieta oferecida, evoluem com cicatrização das lesões, com ganho de peso e boa recuperação das funções renais".
Os garotos deram entrada no hospital em Manaus com sinais de desnutrição, depois de passarem 26 dias na floresta amazônica bebendo água das chuvas e comendo sorva — um fruto típico da região - para não morrerem.
Questionado sobre quando sentiu medo durante os dias perdidos, Gleiçon disse que foi "quando choveu". A mãe dos meninos, a agricultora Rosinete da Silva Carvalho, contou na TV que eles disseram a ela que foram picados por aranhas e também insetos.
Os dois foram encontrados na última terça-feira (15) por um cortador de lenha, em uma região a cerca de 35 quilômetros da comunidade onde moram, em Manicoré. Eles haviam desaparecido no dia 18 de fevereiro, após saírem de casa para caçar passarinhos, informou na época o Corpo de Bombeiros.
Menino carregou irmão nas costas
Uma das enfermeiras que atendeu os meninos no hospital disse que o irmão mais velho precisou carregar o mais novo nas costas, por vários momentos, na floresta. Segundo ela, o garoto de sete anos tinha dificuldades para andar, por causa de feridas nos pés, provocadas pelo contato com o solo.
Ainda segundo a enfermeira, os meninos relataram que usavam folhas de árvores para coletar a água que caía das chuvas e, assim, não morrerem de sede. O tio dos garotos disse ao UOL que, para a família, "a maior aflição já passou".
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