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Socorrista relata racismo de paciente, mas o atende: 'Não muda quem eu sou'

Laura Cristina Cardoso é socorrista e fez relato nas redes sociais - Reprodução/Facebook
Laura Cristina Cardoso é socorrista e fez relato nas redes sociais Imagem: Reprodução/Facebook

Do UOL, em São Paulo

22/03/2022 15h53Atualizada em 22/03/2022 15h53

A socorrista Laura Cristina Cardoso relatou nas redes sociais um episódio de racismo envolvendo um paciente que atendeu durante um plantão. O caso ocorreu no dia 12 de março, mas foi compartilhado por ela apenas ontem.

Em relato, ela afirma que a equipe foi acionada para atendimento de um homem com demência, de 90 anos, que estava acamado com sequelas de AVC. Ele também apresentava um quadro diabético, hipertenso, e tinha dieta via gastrostomia, uma alimentação que se dá por uma espécie de sonda.

"Na cena (um apartamento classe média) somos recebidos pelo filho, que questiona a ausência do profissional médico na equipe. Meu colega Alex Vasconcelos (educadíssimo) responde que nem todas as equipes possuem médicos e todo o 'bla bla bla' de sempre", escreveu Laura.

"Entro no quarto onde está a vítima e uma senhora meio desesperada grita: 'E agora, fulano? Ela é negra. Ao que o Fulano responde: 'Tudo bem, mamãe. Ela está usando luvas'. Tem que ter muita resiliência...", desabafou a socorrista.

Laura ainda afirmou que a vítima foi atendida por suas "mãos negras enluvadas" e "deixada aos cuidados do hospital privado que a família preferiu."

"Se você está perguntando porquê essas pessoas receberam o melhor tratamento possível, eu respondo. Quem eles são não muda quem eu sou", afirmou.

Ao UOL, a Prefeitura de São Paulo lamentou o ocorrido e informou que "repudia qualquer caso de discriminação, com cunho racista e preconceituoso."

"Casos deste tipo devem ser tratados com a máxima seriedade e em todos os âmbitos", diz comunicado.

A Prefeitura ainda disse que o "Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) encoraja e estimula os profissionais para que, em casos como esse, sejam notificados de imediato às chefias e às autoridades competentes."

O UOL entrou em contato com Laura, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.