Topo

Esse conteúdo é antigo

Estudante diz ter encontrado larvas vivas em chocolate em SP: 'Trauma'

Simone Machado

Colaboração para o UOL, em São José do Rio Preto (SP)

19/04/2022 19h17Atualizada em 20/04/2022 23h10

Um estudante de engenharia mecânica de Itapetininga, cidade a 180 km de São Paulo, afirma ter encontrado larvas vivas em um chocolate Kinder Ovo. A surpresa desagradável teria ocorrido no último domingo (17), quando Ricardo Romanha de Oliveira, 18, foi comer o chocolate que ganhou da namorada.

O episódio foi registrado em vídeo e postado em uma rede social. Na imagem, é possível ver larvas vivas se movimentando numa das extremidades do ovo de chocolate.

Segundo Ricardo, o chocolate foi comprado no sábado em um shopping da cidade e foi aberto no dia seguinte.

Eu abri o Kinder Ovo, cada um pegou uma metade e fomos comer. Mas quando a minha namorada deu a primeira mordida, ela percebeu que tinha uma larva no chocolate. Foi uma situação horrível, deu muito nojo, vontade de vomitar. Um trauma.
Ricardo de Oliveira, universitário

O universitário afirma ainda que a embalagem do chocolate estava lacrada e não tinha nenhuma característica que levantasse suspeitas sobre a qualidade do produto. A data de vencimento do chocolate na embalagem indica o dia 4 de outubro deste ano.

"Ficamos desesperados porque é um chocolate infantil e nunca esperamos que algo assim aconteça. Na hora, a gente também ligou para o pai da minha namorada, porque eles haviam comprado do mesmo chocolate para a irmã dela, que é uma criança", acrescenta o estudante.

Apesar de o produto ter sido comprado na cidade do interior paulista, consta em seu rótulo que a fabricação foi na Argentina. César José Rosa Filho, advogado que acompanha o caso, conta que a família pretende entrar judicialmente para pedir uma reparação por danos morais.

"Eles estão indignados com a situação. Certamente ocorreu com outras pessoas que sequer sabem disso. Vamos tomar as providências judiciais cabíveis", diz.

Problemas também no exterior

Segundo a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) e o Centro Europeu para a Prevenção de Doenças (ECDC), 150 casos, entre confirmados e prováveis, de salmonela foram relatados até o dia 8 de abril em nove países - Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Irlanda, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos e Suécia. As agências identificaram que o surto teve origem em uma fábrica que produz o chocolate Kinder, na Bélgica.

Por isso, no início do mês, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) publicou resolução proibindo a comercialização, distribuição e importação dos chocolates Kinder fabricados na Bélgica. Segundo o alerta, o Brasil não está na lista de países para os quais o chocolate foi distribuído, mas a agência achou "prudente" alertar a população.

Em um comunicado emitido à época, a Kinder explicou que os produtos em recall em outros países não são importados e distribuídos pela empresa no Brasil. Segundo a fabricante, os chocolates vendidos pela marca no país são seguros para consumo.

Resposta

A reportagem do UOL procurou a empresa Ferrero, responsável pelo produto Kinder Ovo no Brasil. A marca Kinder disse que não recebeu queixa do consumidor por sua central de atendimento ao cliente, mas que está em contato pra compreender a situação. A companhia afirma que a fabricação dos produtos seguem "os mais rígidos controles existentes" e que o caso não teve relação com o recall do produto por suspeita de salmonela, feito em outros países.

"A marca Kinder reforça que a Resolução-RE nº 1.233, divulgada pela Anvisa na noite de quinta-feira (14), refere-se exclusivamente aos produtos Kinder fabricados em Arlon, na Bélgica, e que estes não são distribuídos pela Ferrero no Brasil. A marca destaca ainda que os chocolates vendidos pela Ferrero do Brasil no País são seguros para consumo. Permanecemos à disposição pelos canais de atendimento: telefone 0800-701-6595 e sacbrasil@ferrero.com".