Guarda Municipal usa spray de pimenta para dispersar pré-adolescentes em GO
Cerca de dez crianças de uma escola municipal localizada no residencial Orlando de Morais, em Goiânia, passaram mal após uma abordagem feita dentro da unidade pela GCM (Guarda Civil Metropolitana). Segundo informaram pais de alunos, agentes da corporação teriam usado spray de pimenta contra estudantes na faixa de 10 a 11 anos de idade.
O incidente gerou revolta entre os alunos e também entre os pais, que correram até a escola para verificar o que houve. Um vídeo feito por um aluno mostra os estudantes e os responsáveis na porta da escola após a confusão e foi compartilhado em diversos grupos de WhatsApp. A Polícia Militar foi chamada e ambulâncias do Samu e viaturas do Corpo de Bombeiros também compareceram à unidade escolar para prestar atendimento às crianças.
Janilson Saldanha Oliveira da Silva, responsável pela comunicação da GCM, afirmou que desde o início do ano a corporação vem realizando o monitoramento da escola Professora Dalka Leles, antiga escola municipal Orlando de Morais. A vigilância se tornou necessária, segundo ele, por causa de brigas registradas na entrada e na saída e também pelo elevado número de furtos e roubos que vêm ocorrendo naquela região da cidade.
"A diretora solicitou ao comando da GCM que agentes pudessem comparecer à unidade para ministrar uma palestra sobre civismo, segurança e apresentar o serviço da Guarda", declarou Silva. "Na ocasião, houve um início de distúrbio no banheiro, onde os adolescentes tiveram que ser dispersados, com a presença de parte do efetivo da Guarda".
Terminada a confusão no banheiro, os adolescentes, segundo Silva, teriam ido para a quadra e iniciaram uma nova briga, dessa vez envolvendo entre 30 e 40 crianças e adolescentes.
"Foi necessária então a utilização do espargidor de spray de pimenta, voltado totalmente para o chão, para fazer a dispersão desses jovens", afirmou Silva. "Após esse processo, o Corpo de Bombeiros foi chamado e não foi identificado nenhum tipo de lesão".
Cerca de 10 alunos passaram mal na ocasião. O comandante da 7ª unidade regional da GCM se dirigiu então à unidade para conversar com os pais e prestar os devidos esclarecimentos.
"A grande preocupação da GCM foi proteger as crianças delas mesmas. Evitar lesões, como braços quebrados, mãos quebradas, hematomas e outras lesões dessa natureza. Lembrando que a escola é um local de aprendizagem, do aluno ter acesso à ciência. E não de praticar qualquer tipo de violência, principalmente as brigas", concluiu Silva.
Por meio de nota, a SME (Secretaria Municipal de Educação) de Goiânia informa que desenvolve programas de combate à violência nas unidades de ensino, por meio da Gerência de Inclusão e do Núcleo de Mediação de Conflitos, "que não foram solicitados pela gestão da escola".
"Nesta quarta-feira (4), a Secretaria encaminhou apoios técnicos e pedagógicos para dar suporte aos estudantes, famílias e profissionais, e para apurar o ocorrido. Em seguida, a diretora da unidade educacional foi convocada para prestar esclarecimentos. Na reunião, a gestora recebeu orientações sobre como proceder diante da situação", diz o órgão na nota.
A SME esclarece, também, que abriu um procedimento para apurar as responsabilidades sob sua jurisdição, e solicitou que a agência da Guarda Civil Metropolitana tome as providências cabíveis. A pasta reforça, ainda, que acompanhou o atendimento prestado pelo Corpo de Bombeiros aos estudantes, e esclarece que nenhum envolvido precisou ser encaminhado para uma unidade de saúde.
A Secretaria pontua que o Núcleo de Mediação de Conflitos já está atuando na unidade, e informa que serão implementados na escola "os programas de cultura de paz disponíveis para a Rede Municipal de Ensino".
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