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Mulheres usam carro que seria de traficante e são mortas por engano, diz PM

A dona de restaurante, Verônica Sabrina Ambrozio, 28, estava com a cozinheira quando o grupo armado chegou - Reprodução/TV Globo
A dona de restaurante, Verônica Sabrina Ambrozio, 28, estava com a cozinheira quando o grupo armado chegou Imagem: Reprodução/TV Globo

Rodrigo Scapolatempore

Colaboração ao UOL, em Belo Horizonte

13/05/2022 11h40Atualizada em 13/05/2022 12h51

A dona de restaurante Verônica Sabrina Ambrozio, 28, e a cozinheira Cláudia Rei dos Santos, 48, foram assassinadas em Belo Horizonte por um grupo armado que cercou o carro em que elas estavam na noite de ontem. A Polícia Militar e os familiares acreditam que os homicídios se deram por engano.

No carro, também estavam o marido de Verônica e o filho do casal, de sete anos. O crime ocorreu enquanto os quatro voltavam do bar de Verônica, em Sabará, na região metropolitana, quando pararam para deixar a cozinheira em um bairro da região nordeste da capital.

Os disparos de arma de fogo começaram assim que ela desceu do carro. Verônica e Cláudia foram atingidas e morreram na hora. Apesar de o carro ter descido desgovernado até bater em um poste, o marido e a criança não se machucaram.

De acordo com as primeiras informações da PM no local, tudo indica que as duas mulheres foram confundidas, principalmente pela característica de execução.

Elas não tinham passagem criminal nem envolvimento com ilegalidades. A família também confirma esta versão.

Carro emprestado de traficante

Familiares contaram aos policiais que Verônica precisou pegar um veículo emprestado enquanto o seu estava na oficina. Como a empresária dependia disso para fazer as compras do bar, aceitou um automóvel que seria de um traficante de outro bairro, mas que frequentava regularmente o bar dela em Sabará.

Informações reveladas no boletim de ocorrência da PM, a partir do depoimento do marido, dão conta de que o casal sabia do envolvimento do dono carro com o tráfico. Familiares também disseram que não há dúvidas de que tudo foi um engano provocado por esta situação.

Segundo o tenente da PM Marcelo, que esteve no local, o marido disse que aconselhou Verônica a não aceitar o veículo emprestado e a não manter contato com o suposto traficante, mas, como ele era assíduo no bar, a esposa preferiu confiar e pegar o carro para trabalhar.

O avô da criança e pai de Verônica, Simar José Santos, contou que soube da morte da filha pelo neto. "É muito triste, porque recebi através dele a notícia. O pai enterrar a filha é complicado demais. Ela lutou a vida toda e só teve amizade, e agora morre brutalmente dessa forma", afirmou Santos, à TV Globo.

Investigações

O UOL entrou em contato hoje com a Polícia Civil para saber das investigações. "Sobre o duplo homicídio na capital, foi deslocada perícia criminal ainda ontem à noite para os primeiros levantamentos e coleta de vestígios", afirma a nota.

A corporação também confirmou os corpos foram encaminhados ao IML. O veículo foi removido ao pátio. Até o momento, o dono do carro não foi encontrado e ninguém foi preso. As investigações seguem abertas.

No B.O. da PM também consta uma denúncia anônima que sugeria suspeita de venda de drogas no bar de Verônica. No entanto, conforme os policiais, o local foi devidamente revistado e nada foi encontrado.

A criança e o marido foram encaminhados para exames, mas não tiveram ferimentos. Ainda não há informações sobre o velório e enterro das vítimas.