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'Ele sumia, mas me ligava', diz pai de homem morto na 'cracolândia'

Do UOL, em São Paulo

14/05/2022 21h23

Raimundo Nonato Rodrigues Fonseca, pai de Raimundo Nonato Fonseca Jr., de 32 anos, morto na região da 'cracolândia', em São Paulo, após ser atingido por um disparo no tórax, disse hoje que costumava receber ligações do filho, mas que na quinta-feira (12) ele não ligou e estranhou o fato.

"Ele ficava comigo [em Campinas] em algumas épocas. Então, em outras ele saía e sumia, mas depois ligava para mim. Na quinta ele não ligou. Eu achei estranho. Aí quando foi na sexta, eu estava trabalhando, e veio a notícia que tinham matado ele em São Paulo", afirmou ele, em entrevista ao "Jornal Nacional", da TV Globo.

"A gente o internou. Gastamos dinheiro que a gente não tinha para poder internar ele. E não teve sucesso, né?! Mas ele era muito carinhoso, muito amoroso", contou Aline Rodrigues Fonseca, irmã do rapaz.

A família aguarda a liberação do corpo para fazer o velório em Campinas (SP). Raimundo Nonato Jr. deixa três filhos.

Nonato Jr. morreu baleado na Avenida Rio Branco, próximo à Praça Princesa Isabel, onde estavam concentradas pessoas em situação de rua e dependentes de drogas. No dia anterior à morte, na madrugada de quarta-feira (11), agentes da GCM (Guarda Civil Metropolitana), funcionários da prefeitura, policiais civis e militares desencadearam uma operação contra o tráfico de drogas na mesma praça.

A operação contou com a participação de 200 policiais civis, 300 policiais militares e 150 guardas civis-metropolitanos.

Três policiais civis que fizeram disparos com arma de fogo na cracolândia foram identificados. Na ocasião, um homem de 32 anos foi atingido no tórax por um projétil e morreu. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo, os policiais se apresentaram voluntariamente ontem (13).

O caso está sendo investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). "A perícia vai apurar se o tiro que causou a morte do homem saiu da arma de um destes policiais e as circunstâncias do fato. A Corregedoria Geral da Polícia Civil de São Paulo também acompanha as investigações", informou a SSP, em nota.