Cláudio Castro chama mortos da chacina do Jacarezinho de 'vagabundos'
O governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), chamou as vítimas da chacina no Jacarezinho, em maio de 2021, de "vagabundos", durante pronunciamento para a imprensa hoje (30).
"Cada policial que eu perco, eu perco duas vezes. Por isso que aquele memorial lá, nós tombamos ele. O nome do André [o policial] não merece estar no meio de 27 vagabundos. O único herói que merecia um memorial é o André com seu filho, da idade do meu, que chora até hoje", disse Castro.
O policial civil mencionado por Castro era André Leonardo de Mello Frias, morto durante a operação. Na época, a polícia informou que a homenagem foi negada pela mulher de Frias, por isso seu nome foi retirado.
Durante o pronunciamento, Castro ainda falou sobre a utilização de câmeras nas fardas dos policiais no Rio de Janeiro, que começou a funcionar também hoje (30).
"Nós acreditamos que essa junção entre o policial que está na rua e o centro de monitoramento vai ser a fórmula que essa tecnologia vai dar um grande resultado. Todo aprendizado é aprendizado. Teve-se o aprendizado com as câmeras nas viaturas. Algumas coisas funcionaram e outras não, e essa curva de aprendizado veio para que a gente não erre outra vez", disse.
As imagens obtidas pelas câmeras vão ser preservadas durante um ano.
Entenda o que aconteceu no Jacarezinho
No dia 6 de maio de 2021, a Polícia Civil realizou uma operação contra o tráfico de drogas na comunidade do Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro. Foi a ação mais letal da história da cidade, com 28 mortos, incluindo o policial citado pelo governador do Rio de Janeiro.
A operação ocorreu após o STF (Supremo Tribunal Federal) restringir operações durante a pandemia e depois de menos de uma semana da posse de Cláudio Castro, causada pelo impeachment do antigo governador, Wilson Witzel (PSC).
Atualmente, outro grande caso de repercussão nacional aconteceu no município de Umbaúba, litoral sul de Sergipe. Genivaldo, um homem negro de 38 anos, não resistiu após uma abordagem policial.
Vídeos do acontecimento mostram os agentes colocando o homem dentro da viatura e usando o que parece ser bomba de gás lacrimogêneo dentro do veículo. A causa da morte foi "insuficiência aguda secundária e asfixia".
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