Topo

Esse conteúdo é antigo

MST protesta contra agrotóxicos na sede da Bayer; empresa repudia 'danos'

Estrutura com logotipo da Bayer com pneus em chamas - Reprodução/Twitter
Estrutura com logotipo da Bayer com pneus em chamas Imagem: Reprodução/Twitter

Caíque Alencar

Do UOL, em São Paulo

10/06/2022 15h23Atualizada em 11/06/2022 14h53

Um grupo de manifestantes do MST (Movimento dos Sem-Terra) fez um protesto hoje em frente a uma unidade da Bayer em Jacareí (SP) e, segundo a empresa, depredou e causou um incêndio na portaria do local. O grupo protestava contra a produção de agrotóxicos na empresa.

Durante os protestos, os manifestantes fizeram pichações na portaria do prédio e usaram pneus para atear fogo em uma estrutura com o logotipo da empresa. Ainda de acordo com a empresa, o grupo não chegou a entrar no edifício.

"Condenamos veementemente a violência e os danos cometidos durante a manifestação nos escritórios da Bayer. Estamos sempre abertos ao diálogo e à transparência, mas a ação violenta é inaceitável em uma sociedade democrática, e totalmente contrária aos nossos valores", afirmou a Bayer por meio de nota.

"Estamos cientes das preocupações dos manifestantes, mas estamos convencidos ao mesmo tempo de que precisamos de sementes com tecnologia inovadora, proteção de cultivos e soluções digitais para enfrentarmos alguns dos maiores desafios do nosso tempo: produzir alimentos suficientes para uma população mundial crescente utilizando menos recursos", completa a empresa.

Fachada de unidade da Bayer em Jacareí foi pichada por manifestantes - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Fachada de unidade da Bayer em Jacareí foi pichada por manifestantes
Imagem: Reprodução/Twitter

Procurado pelo UOL, o MST confirmou que houve a manifestação e disse que ela faz parte de uma "campanha contra os agrotóxicos".

O movimento afirmou que "no Brasil, pelo menos uma pessoa morre de envenenamento por agrotóxico a cada dois dias e cerca de 20% das mortes são de crianças, adolescentes e jovens de até 19 anos" e a Bayer, uma das maiores empresas produtoras de agrotóxicos do mundo, "importa para o Brasil substâncias que são proibidas em boa parte do mundo".

Segundo Maurício Arante, do Coletivo de Juventude, "a ação de hoje expressa a força e a capacidade organizativa da juventude em torno da nossa pauta da Reforma Agrária Popular e também o intuito de denunciar os crimes ambientais do agronegócio e as mortes cometidas por envenenamento pelos agrotóxicos produzidos dentro dessa empresa. E tudo isso é reflexo de um longo processo formativo que o MST proporciona a juventude e que foi intensificado ainda mais nessa última semana com a nossa 13ª Jornada Nacional da Juventude Sem Terra".