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PF diz que pertences achados em área de busca no AM são de Dom e Bruno

Jornalista Dom Phillips e indigenista Bruno Araújo - Divulgação
Jornalista Dom Phillips e indigenista Bruno Araújo Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo e no Rio

12/06/2022 19h58Atualizada em 12/06/2022 22h16

A Polícia Federal informou na noite de hoje que encontrou uma série de pertences do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, desaparecidos desde o dia 5 de junho na região do Vale do Javari, oeste do Amazonas.

Mais cedo, o Corpo de Bombeiros havia informado a localização de uma mochila. Agora, a PF informa que foram encontrados os seguintes itens: um cartão de saúde, uma calça preta, um chinelo preto e um par de botas pertencentes a Bruno e um par de botas de Dom. A polícia também confirma que a mochila, da marca Equinox, é de Dom e continha roupas.

PF confirma que objetos encontrados são de Dom e Bruno - Polícia Federal - Polícia Federal
PF confirma que objetos encontrados são de Dom e Bruno
Imagem: Polícia Federal

De acordo com o Corpo de Bombeiros, os objetos foram achados por mergulhadores. A mochila estava amarrada a uma árvore, em uma área de igapó.

A PF também confirmou a informação divulgada mais cedo pela Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari). A instituição relatou ter encontrado ontem (11) uma nova embarcação na mesma região. De acordo com a Polícia Federal, o barco "aparentemente" pertence a Amarildo da Costa Oliveira, o "Pelado".

Pelado foi preso em flagrante na terça-feira (7) por posse de drogas e de munição de uso restrito e apontado como suspeito de envolvimento no sumiço. A defesa de Amarildo nega envolvimento dele com o desaparecimento.

A PF afirma que as buscas continuam nos rios e com reconhecimento aéreo na região do Rio Itaquaí. De acordo com a polícia, foram percorrido 25km na selva, em trilhas, áreas de igapós e furos do rio.

Onde o indigenista e o jornalista desapareceram - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Relembre o caso

Bruno Pereira e Dom Phillips sumiram em Atalaia do Norte, próximo à Terra Indígena Vale do Javari, uma reserva que sofre com disputas entre tráfico de drogas, madeiras e garimpo ilegal. Um suspeito foi preso e quatro testemunhas foram ouvidas.

Os dois foram vistos pela última vez por volta das 7h de domingo, a bordo de um barco, e sumiram no trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte (AM), onde eram aguardados por duas pessoas ligadas à Univaja. Após um atraso de mais de duas horas na chegada da dupla, as buscas começaram.

Bruno trabalhava com ribeirinhos e indígenas da região, afetada pela ação de invasores. Segundo testemunhas, sofria ameaças constantes de garimpeiros, madeireiros e pescadores que atuavam em terras indígenas e, por isso, a falta de contato após um dos deslocamentos é vista com bastante preocupação.

Em carta reproduzida pelo jornal O Globo, pescadores prometeram "acertar contas" com o indigenista. Segundi Yura, Bruno sofria ameaças desde quando foi coordenador da Funai em Atalaia do Norte. "Eram ameaças diretas, não mais veladas como acontecia outrora."

O MPF (Ministério Público Federal), que abriu investigação do caso, acionou Polícia Federal, Polícia Civil, Força Nacional e Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari.

Paulo Barbosa da Silva, coordenador-geral da Univaja, disse que o repórter inglês fotografou invasores armados que ameaçavam indígenas.

Segundo ele, esses homens seriam ligados a Pelado, preso em flagrante na terça-feira (7) por posse de drogas e de munição de uso restrito e apontado como suspeito de envolvimento no sumiço. A defesa de Amarildo nega envolvimento dele com o desaparecimento.