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Caso Bruno e Dom: PF busca terceiro suspeito do crime

Cartaz sobre o desaparecimento do jornalista Dom Phillips (à esq.) e do indigenista Bruno Pereira (à dir.) - @crisvector/Reprodução
Cartaz sobre o desaparecimento do jornalista Dom Phillips (à esq.) e do indigenista Bruno Pereira (à dir.) Imagem: @crisvector/Reprodução

Do UOL, em São Paulo

17/06/2022 21h02

A PF (Polícia Federal) do Amazonas anunciou hoje que tenta localizar um terceiro suspeito no caso envolvendo as mortes do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips.

Segundo a corporação, um mandado de prisão pela Justiça Estadual de Atalaia do Norte foi expedido contra Jeferson da Silva Lima, conhecido também como "Pelado da Dinha". Ele ainda não foi localizado e é considerado foragido.

A polícia pede que informações que possam contribuir com a busca sejam comunicadas às autoridades imediatamente.

Outras duas pessoas já foram presas no caso de Bruno e Dom. O primeiro é o pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado" e que confessou ter esquartejado e enterrado os corpos. O irmão dele, Oseney de Oliveira, foi preso na terça, mas nega qualquer envolvimento no duplo homicídio.

No depoimento de Amarildo, ele disse ter contado com a ajuda de outras pessoas e, também, foi o pescador quem levou a PF até os corpos —que estavam a mais de 3 km da área do crime.

Onde o indigenista e o jornalista desapareceram - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Hoje, a PF confirmou que os restos humanos encontrados na Amazônia são de Dom. O Comitê de Crise diz que estão sendo feitos todos os testes para a identificação completa dos remanescentes para identificação da causa das mortes e para indicação da dinâmica do crime e ocultação dos corpos. Ainda não há informações sobre Bruno.

Os restos mortais chegaram ontem a Brasília para a perícia, que tem expectativa de ser concluída na próxima semana.

O crime teria ocorrido em 5 de junho, data em que Bruno e Dom foram vistos pela última vez na região do Vale do Javari, uma das maiores concentrações de indígenas isolados do mundo.

Quem são as vítimas?

Dom era correspondente do jornal The Guardian. Britânico, ele veio para o Brasil em 2007 e viajava frequentemente para a Amazônia para relatar a crise ambiental e suas consequências para as comunidades indígenas e suas terras.

O jornalista conheceu Bruno em 2018, durante uma reportagem para o Guardian. A dupla fazia parte de uma expedição de 17 dias pela Terra Indígena Vale do Javari, uma das maiores concentrações de indígenas isolados do mundo. O interesse em comum aproximou a dupla.

Bruno, servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional do Índio), era conhecido como um defensor dos povos indígenas e atuante na fiscalização de invasores, como garimpeiros, pescadores e madeireiros. Em entrevista ao UOL, o líder indígena Manoel Chorimpa afirmou que o indigenista estava preocupado com as ameaças de morte que vinha sofrendo.