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Grupo é flagrado falsificando cervejas vendidas em bailes funk: 'Insalubre'

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

21/06/2022 10h35Atualizada em 21/06/2022 10h35

Uma operação em conjunto das polícias Civil e Militar fechou ontem um galpão em Queimados, na Baixada Fluminense, usado para falsificar cervejas que eram vendidas para os bailes funks do Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro.

No espaço, localizado na rua Paulo César, na Vila Camarim, um grupo de falsificadores tirava a tampinha e rótulos de uma cerveja mais barata, como "A Certa" e trocava por tampas e adesivos de garrafas de cervejas mais caras como Brahma, Antarctica e Original.

As falsificações eram feitas em garrafas de vidro de 600 ml.

cervejas - Divulgação/Polícia Civil - Divulgação/Polícia Civil
Esquema de falsificação de cervejas trocava rótulos e até tampas
Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Ao todo 12 pessoas foram presas no local durante a Operação "Ressaca". O material usado nas falsificações, inclusive um martelinho utilizado para fechar os engradados foram apreendidos, assim como o caminhão que fazia a entrega das bebidas.

O delegado Hilton Alonso, titular da 21ª DP (Delegacia de Bonsucesso), responsável pelas investigações, disse ao UOL que trabalhadores de outros estados atuavam na falsificação.

"Pegaram um local bem distante e todos os funcionários eram de fora do estado - uma tentativa de ludibriar a polícia. Essas pessoas vieram para cá para falsificar bebida. Ainda vamos aprofundar a investigação. A missão era estancar a produção e distribuição, agora vamos verificar demais depósitos que recebiam essas bebidas", explicou Alonso.

falsificação - Divulgação/Polícia Civil - Divulgação/Polícia Civil
Esquema de falsificação de cervejas trocava rótulos e até tampas
Imagem: Divulgação/Polícia Civil

A polícia investiga ainda se as bebidas eram comercializadas em outros eventos e qual o montante arrecadado pelo grupo.

Local insalubre

Ainda de acordo com informações da Delegacia de Bonsucesso, o local onde as garrafas de cervejas eram adulteradas funcionava em condições insalubres. Os rótulos da cerveja A Certa "eram removidos com água, abertas sem qualquer condição mínima de higiene e tampadas novamente com tampas de outras marcas mais famosas e mais caras", destacou a Polícia Civil.

"Tudo isso feito em um ambiente sem quaisquer condições sanitárias necessárias ao manuseio de gêneros alimentícios", observou o delegado.

Segundo a delegacia, a investigação começou quando a polícia começou a investigar a venda de bebidas alcoólicas nos bailes funks das favelas do Complexo da Maré. Ao chegar ao galpão, uma equipe seguiu um caminhão carregado de bebidas que saiu do local e foi interceptado. Outra equipe cercou o galpão e solicitou o comparecimento de um representante.

Algumas pessoas tentaram fugir pulando o muro da parte de trás do galpão, mas acabaram presas pela polícia. Os envolvidos confessaram participação do esquema.

falsificação - Divulgação/Polícia Civil - Divulgação/Polícia Civil
Esquema de falsificação de cervejas trocava rótulos e até tampas
Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Já o caminhão interceptado pela polícia era responsável por vender os engradados falsificados a um depósito. Segundo a Polícia Civil, o dono do estabelecimento também foi autuado em flagrante por receptação qualificada.

A operação conjunta contou com a participação de policiais do Batalhão de Policiamento em Vias Especiais (BVPE).