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Greve de ônibus: Motoristas de São Paulo param à 0h desta quarta-feira (29)

Categoria optou pela greve nesta quarta-feira (29) - Francisco Leandro Evangelista da Silva/Wikimedia Commons
Categoria optou pela greve nesta quarta-feira (29) Imagem: Francisco Leandro Evangelista da Silva/Wikimedia Commons

Do UOL, em São Paulo

28/06/2022 17h19Atualizada em 29/06/2022 00h05

Os motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo cruzam os braços mais uma vez a partir da meia-noite. De acordo com o Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo), a nova greve terá início a partir da 0h desta quarta-feira (29).

A ação ocorre após decisão unânime obtida em assembleias ao longo da tarde de segunda-feira (28), que reuniu mais de 6 mil trabalhadores na sede do sindicato, no bairro da Liberdade, na capital paulista.

A paralisação está prevista, inicialmente, para durar 24 horas, e uma nova assembleia está marcada para as 16h de hoje, para definir pela continuidade ou não do movimento, caso o setor patronal não se manifeste.

Segundo a categoria, apesar da garantia do reajuste de 12,75% tanto sobre os salários quanto ao ticket-refeição, não houve avanços nas reivindicações das outras demandas, como o fim do horário de almoço não remunerado, PLR (Programa de Participação nos Lucros e Resultados) e o pagamento de 100% das horas extras, além da adequação de nomenclaturas e plano de carreiras do setor de manutenção.

greve - Reprodução/Instagram @sindmotoristassp - Reprodução/Instagram @sindmotoristassp
Nova assembleia está marcada para as 16h desta quarta-feira para definir continuidade da paralisação
Imagem: Reprodução/Instagram @sindmotoristassp

Já se passaram dois meses das nossas negociações e os patrões mostraram-se intransigentes, pedindo prazos, paciência e protelando decisões. A categoria está estafada dessa enrolação.
Valmir Santana da Paz (Sorriso), presidente em exercício do Sindmotoristas

Procurado pelo UOL, o SPUrbanuss - Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo afirmou lamentar mais essa paralisação e apontou que o movimento tem "terríveis consequências para a mobilidade da população".

A entidade espera que os profissionais do setor de transporte coletivo não penalizem os passageiros, cumprindo a determinação da Justiça, adotada na paralisação de 14 de junho, de colocar em operação 80% da frota nos horários de pico.
SPUrbanuss

Em nota, a Prefeitura de São Paulo, por meio da SPTrans, lamentou a decretação da greve e informou que caso a greve seja de fato realizada, o rodízio municipal de veículos estará suspenso. "Carros com placas finais 5 e 6 poderão circular pelo centro expandido a qualquer horário", diz comunicado.

"As faixas exclusivas e corredores de ônibus ficarão liberados para circulação de carros de passeio enquanto durar a greve. A Engenharia de Tráfego da CET manterá o monitoramento constante em ruas e avenidas da cidade, visando manter as condições de fluidez das vias."

No entanto, o rodízio de placas para veículos pesados, como caminhões e demais restrições como Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF) continuam normalmente, bem como a Zona Azul.

A Prefeitura ainda informou que obteve decisão liminar na Justiça do Trabalho no final de maio para a manutenção de 80% da frota operando nos horários de pico e 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. "A liminar segue válida e a SPTrans está solicitando o aumento do valor da multa na Justiça."

No dia 14 de junho, a categoria paralisou o transporte na cidade. Após o movimento, o sindicato conseguiu, em negociação com o setor patronal, o reajuste do salário e do ticket refeição em 12,47% retroativo referente ao mês de maio, data base da categoria.

A greve foi encerrada na mesma data após um acordo entre a categoria e o sindicato patronal no começo da tarde.