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Incêndio de grande proporção atinge prédios comerciais no centro de SP

Mariana Durães, Isabela Aleixo, Robson Santos e Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

10/07/2022 22h19Atualizada em 11/07/2022 10h31

Um incêndio de grande proporção atinge um estabelecimento comercial no centro de São Paulo. O fogo começou na noite deste domingo (10), por volta de 21 horas na rua Barão de Duprat, na Sé, e se espalhou para prédios vizinhos. De acordo com os Bombeiros, o fogo foi controlado pouco antes das 8h desta segunda.

Dois bombeiros sofreram queimaduras de 2º grau e foram encaminhados para o pronto-socorro do Tatuapé, ambos conscientes. Um deles teve 36% do corpo queimado e o outro 18%, com queimaduras de segundo grau.

Segundo o Corpo dos Bombeiros, 28 viaturas e 80 militares foram ao local para atuar no combate às chamas. Por volta das 8h da manhã, o foco principal foi extinto, entrando na fase de rescaldo.

À CNN, Jefferson de Melo, coronel dos Bombeiros, informou que a loja Matsumoto, que também foi atingida pelas chamas, desabou totalmente. Já o prédio maior, onde começou o incêndio, não corre risco de desabamento.

"Pela forma que ele é compartimentado, a gente acha que [um desabamento] não pode acontecer. Os demais que foram atingidos estão praticamente condenados. Estão com rachaduras bem comprometidas. Provavelmente será necessário o dia todo [de trabalho] e mais uma noite", detalhou ele, ao comentar o extenso combate ao fogo.

Até o momento não há detalhes sobre as causas do incêndio.

Trabalhadores encontraram ruas fechadas após incidente

Na manhã de hoje, ainda em meio ao rescaldo das chamas, funcionários de comércios na região do incêndio se depararam com o entorno da rua Barão de Duprat isolado por viaturas da CET (Companhia de Engenharia de Tráfico), SPTrans, Bombeiros e Polícia Militar.

Ao redor das faixas de isolamento, dezenas de pessoas se aglomeravam para observar a coluna de fumaça ainda visível e apurar as novidades sobre a situação.

O guardador de Carros Tiago de Souza, 37, não conseguiu chegar ao trabalho na rua Cantareira — onde fica o Mercado Municipal —, como faz todos os dias.

"Soube do incêndio em casa, mas vim mesmo assim", diz ele, que mora no Itaim Paulista. "Levo 1h20 todo dia pra chegar aqui. Gastei condução à toa. Vou ter que voltar pra casa."

Já a vendedora de flores artificiais Valdenice Santos, 52, tomou um susto quando chegou para trabalhar, às 8h.

"Me assustei porque não tinha visto nada pela TV", conta. "Quando cheguei, achei que tivesse sido um crime. Foi quando olhei pro alto e vi o prédio queimando".

Moradora de Cotia, ela levará 2h30 para voltar para casa. "Meu chefe me dispensou. Ele não sabe quando os bombeiros vão liberar a região para voltarmos a trabalhar", relatou a mulher ao UOL.

Comerciante se diz "em choque"

Gilmara Ferreira Santos, 45, já foi dona de um ponto comercial em uma das estruturas atingidas e disse estar "em choque" com a destruição.

"Eu estou em choque porque há três anos minha loja ficava nesse prédio", contou ela ao UOL, enquanto observava a fumaça que saía de um dos edifícios atingidos e já condenados pelos bombeiros.

"São várias lojinhas. Você entrava pela porta e acessava as lojas nos cinco andares. Ela vendem lembrancinhas de casamento e aniversário", diz ela, cuja loja agora funciona em outro endereço na mesma região. "Eu conheço o dono do prédio, que está em choque, não fala com ninguém."

No local em que começaram as chamas funciona um prédio comercial com 10 andares. No térreo, há uma loja de bolsas.

Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o tamanho do incêndio. Uma extensa fumaça escura é vista no céu da cidade.

Moradores da capital registraram o fogo e a fumaça de diferentes ângulos. Uma pessoa disse que conseguia ver o incêndio da Barra Funda.