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Defesa de petista assassinado quer saber se houve participação de terceiros

Marcelo Arruda foi morto quando comemorava seus 50 anos com uma festa temática do PT e com foto do ex-presidente Lula - Reprodução/Redes sociais
Marcelo Arruda foi morto quando comemorava seus 50 anos com uma festa temática do PT e com foto do ex-presidente Lula Imagem: Reprodução/Redes sociais

Mariana Durães

Do UOL, em São Paulo

12/07/2022 16h50Atualizada em 13/07/2022 07h57

Os advogados de defesa contratados pela família do guarda municipal Marcelo Arruda, morto a tiros pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, pediram uma "apuração profunda" sobre as motivações que levaram o assassino "a agir de forma brutal". Também pediram que seja verificada a influência de terceiros no crime.

"É necessário investigar a influência de terceiros, partícipes ou não, integrantes de grupos organizados ou não, que instigaram o assassino a agir de forma cruel contra Marcelo e as demais pessoas presentes, tendo como mote o ódio político", afirmaram em nota os advogados Daniel Godoy Junior, Paulo Henrique Guerra Zuchoski e Ivan Martin Vargas.

Os advogados dizem ainda que, caso as instituições brasileiras demonstrem "incapacidade de investigação", uma apuração internacional pode ser feita para apurar "as responsabilidades de terceiros para com o assassinato e as motivações do assassino".

No texto, a defesa alega que ocorreu no local um "crime contra a vida motivado por ódio em face de razões políticas". Os advogados também ressaltaram que o policial bolsonarista colocou em risco a vida de "dezenas de pessoas" que estavam na festa, e que Marcelo teve uma "atitude corajosa" que os salvou. De acordo com a nota, mais de 11 projéteis não-deflagrados foram encontrados na pistola de Guaranho.

Relembre o caso

O crime aconteceu na noite de sábado (9), quando a vítima comemorava o aniversário de 50 anos com uma festa temática do PT alusiva ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A festa aconteceu em Foz do Iguaçu (PR) e, segundo o boletim de ocorrência, ao invadir a festa, Guaranho gritou "aqui é Bolsonaro".

O policial penal foi ferido e levado ao hospital. De acordo com as últimas informações da Polícia Civil do Paraná, ele respira com o auxílio de ventilação mecânica e está em estado estável, mas considerado grave. Dalvalice Rosa, mãe do assassino, disse que Guaranho foi baleado no rosto, nas duas pernas e sofreu um edema na cabeça causado por chutes de ao menos dois homens.

Marcelo Arruda foi socorrido, mas morreu no hospital. Deixa mulher e quatro filhos, incluindo um bebê. Filiado ao PT, ele foi candidato a vice-prefeito de Foz do Iguaçu pelo partido em 2020.