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Prefeitura pedirá implosão de prédio que pegou fogo em SP: 'Pode cair'

Fogo destruiu prédio comercial na região da 25 de março - WAGNER VILAS/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Fogo destruiu prédio comercial na região da 25 de março Imagem: WAGNER VILAS/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

13/07/2022 14h48Atualizada em 13/07/2022 16h11

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que a demolição do prédio de 10 andares que pega fogo na região da 25 de março desde o domingo (10) será solicitada e deve ocorrer por meio de implosão.

Segundo ele, a prefeitura aguarda laudos de engenheiros comprovando a situação de risco da edificação para entrar com ação pedindo a demolição.

"Os engenheiros já detectaram que a laje está selando, que existem rachaduras que comprometem a estrutura do prédio. O que os engenheiros me disseram é que é muito improvável um prédio ficar tantas horas sob efeito do fogo sem ter um comprometimento do ponto de vista de declarar aquilo uma situação de emergência. Do ponto de vista que pode acabar caindo", afirmou o prefeito em coletiva de imprensa na manhã de hoje.

Segundo Ricardo Nunes, a procuradora geral do município, Marina Magro, será responsável pela ação judicial pedindo a demolição. "A gente precisa voltar à normalidade. Na situação que o prédio está, pelas rachaduras, pela inclinação, teríamos que manter aquela área isolada por muito tempo. O quanto antes a gente resolver isso, a gente libera a área para poder o fluxo voltar ao normal", disse o prefeito.

Por causa do incêndio e do risco de desabamento do prédio e de outros imóveis, o comércio da região está fechado. Algumas pessoas chegaram a abrir lojas na manhã de ontem, mas foram obrigadas a encerrar as atividades no começo da tarde, quando o Corpo de Bombeiros aumentou o perímetro de segurança do local e parou de tentar controlar o fogo de dentro do prédio.

"O risco de desabamento está presente o tempo todo", disse o capitão e porta-voz do Corpo de Bombeiros, Maycon Cristo, em conversa com a Folha.

Após 63 horas de combate ao fogo, os focos foram extintos por volta do meio dia de hoje. O trabalho de rescaldo foi iniciado, mas ainda há risco da estrutura cair.

"Com o risco de colapso, optamos pelo combate externo [das chamas]. Todo incêndio é dinâmico. Nesse caso, temos um prédio de dez andares com cerca de 40 anos e cercado por outros prédios. Com a avaliação sendo refeita e constatando que alguns pontos sejam possíveis de acessar com segurança, alteramos nossa atuação e entramos", afirmou o capitão.

Fogo começou no domingo

O incêndio de grandes proporções registrado no edifício começou na noite do domingo, quando o Corpo de Bombeiros destinou mais de 80 agentes para tentar conter as chamas no local.

Durante a tentativa de controle do incêndio, doi bombeiros sofreram queimaduras de 2º grau e foram encaminhados para o pronto-socorro do Tatuapé, ambos conscientes. Um deles teve 36% do corpo queimado e o outro 18%, com queimaduras de segundo grau.

Inquérito aberto

Na tarde de ontem, a Polícia Civil de São Paulo anunciou a abertura de um inquérito para investigar o incêndio. De acordo com o delegado da Seccional Centro, Roberto Monteiro, uma testemunha que mora na região diz ter ouvido uma explosão e fogo na altura do 3º andar do primeiro prédio atingido.

A polícia também vai investigar os motivos para que o prédio de dez andares não contasse com o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), o documento emitido pelos bombeiros certificando que a edificação tinha condições de segurança contra incêndio.

"Vamos pedir toda a documentação, não só ao Corpo de Bombeiros, como para a Prefeitura de São Paulo, e vamos reunir tudo no inquérito", disse. "É uma infração administrativa que eventualmente terá punição dos proprietários do imóvel, que ainda vamos saber [quem é]."