Homem é morto por amigo após tiro por acidente durante caça ilegal em SC

Uma caça ilegal terminou em morte na madrugada de domingo (17) para uma dupla de amigos de Lebon Régis (SC), a 370 quilômetros de Florianópolis. Fernando Corrêa, 35, faleceu após, segundo a polícia, levar um tiro acidental disparado pelo amigo, Sidinei Malaquias Albuquerque, 42, que atirou em direção a um animal silvestre, mas errou o alvo.

O tiro acertou a cabeça da vítima, popularmente conhecido no município como "Borracha da Copercampos", que morreu ainda no local. O autor do disparo deve responder por homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

Relacionadas

Cárcere em hospital: médico equatoriano já foi preso por integrar quadrilha

Aluna achada desacordada misteriosamente em MG é extubada: 'Está acordando'

Carro invade restaurante na hora do almoço e deixa feridos graves em GO

De acordo com o Boletim de Ocorrência da Polícia Militar de Lebon Régis, o homem chamou os bombeiros e a PM e apontou onde estava o corpo da vítima. Ele relatou que caçava com o amigo numa região de mata no interior do município e que, por descuido — ao disparar a arma em direção a um "veado-campeiro" — errou o alvo e atingiu a cabeça da vítima.

Segundo a polícia, o homem contou ainda que, no momento do tiro, estava a uma distância de cerca de 100 metros da vítima e ao avistarem o animal nas redondezas Fernando deu um primeiro disparo em direção ao animal. Ele fez o mesmo na sequência para tentar acertar o bicho, mas por conta da escuridão noturna, somada ao fato de o amigo estar com uma roupa camuflada, não conseguiu enxergá-lo e acertou o tiro na testa dele.

Em depoimento ao delegado de Polícia Civil de Caçador, Thiago Passos, que comanda a investigação, o autor do disparo destacou que, ainda sem saber que havia atingido o companheiro de caça, passou a chamar por ele e procurá-lo, deparando-se com o mesmo baleado no chão e entrou em desespero.

Ele afirmou ainda em depoimento que foi ao encontro da vítima para prestar socorro, mas Fernando já não apresentava sinais vitais. Assim, o homem teria jogado a espingarda no mato e seguido em direção à cidade de Lebon Régis em busca de ajuda.

"Ele acionou a polícia, os bombeiros e os conduziu ao local onde estava a vítima e as armas. Acompanhou todos os procedimentos da perícia e foi para a delegacia onde o delegado de plantão deliberou a apuração preliminar. Com isso, abrimos inquérito nesta segunda-feira para apurar o caso e devemos concluir a investigação em até 15 dias", informou o delegado ao UOL.

De acordo com as polícias civil e militar, nenhuma das armas utilizadas, tanto pela vítima quanto pelo autor do disparo, tinham registro de posse. As espingardas eram de calibre 12 e estavam municiadas, uma junto ao corpo de Fernando e a outra abandonada próximo ao local de onde saiu o tiro. Eles também não tinham autorização para praticar esse tipo de caça na região.

"A princípio (o autor) deve responder por homicídio culposo e caça sem autorização dos órgãos competentes, porém, estamos ouvindo familiares e apurando se eles tinham alguma desavença. Além disso, devemos fazer uma reconstituição para verificar se realmente naquelas circunstâncias não dava para visualizar a vítima. Caso haja novos elementos que justifiquem uma mudança de tipificação para homicídio doloso será tratado no inquérito", conclui o delegado.

O autor dos disparos responderá pelo crime em liberdade e deve participar de uma eventual reconstituição. O UOL ainda não conseguiu fazer contato com os representantes legais do suspeito, mas conseguiu entrar em contato, por meio de mensagem nas redes sociais, diretamente com ele, mas ainda não obteve resposta. O espaço será atualizado tão logo haja posicionamento.

A despedida de Fernando Corrêa ocorreu na Capela Mortuária de Lebon Régis e o sepultamento foi realizado hoje no Cemitério Municipal.