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MPF diz que foto pedida por Bruno a Dom motivou assassinatos; 3 viram réus

Do UOL, em São Paulo

22/07/2022 08h40Atualizada em 22/07/2022 15h32

O MPF (Ministério Público Federal) denunciou três pessoas por duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, mortos após uma emboscada no Vale do Javari, na Amazônia, no mês passado. Hoje, a justiça acatou o pedido e os três se tornaram réus

Os réus são Amarildo da Costa Oliveira (conhecido por "Pelado"), Oseney da Costa de Oliveira ("Dos Santos") e Jefferson da Silva Lima ("Pelado da Dinha"), informou hoje o órgão, que apresentou a denúncia ao juízo da Subseção Judiciária Federal de Tabatinga (AM). A Justiça recebeu a denúncia, o que torna os três réus a partir de agora. O caso tramita em sigilo.

"De acordo com o MPF, já havia registro de desentendimentos entre Bruno e Amarildo por pesca ilegal em território indígena. O que motivou os assassinatos foi o fato de Bruno ter pedido para Dom fotografar o barco dos acusados, o que é classificado pelo MPF como motivo fútil e pode agravar a pena", diz um comunicado do MPF, que detalha o documento.

Bruno, servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional do Índio), e Dom, correspondente do jornal britânico The Guardian, foram mortos a tiros no dia 5 de junho quando faziam o trajeto de barco da comunidade ribeirinha São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte (AM), no Vale do Javari.

O MPF destaca que Amarildo e Jefferson confessaram o crime, enquanto Oseney foi relacionado a ele por meio de depoimentos de testemunhas. Os três estão presos preventivamente em Manaus (AM) sem prazo limite para a detenção.

Além dos três suspeitos, a Polícia Federal também deteve em flagrante Rubens Villar Coelho. Conhecido como "Colômbia", ele foi preso por uso de documento falso ao apresentar duas identidades, uma brasileira e outra colombiana, com nomes diferentes à delegacia da PF em Tabatinga (AM), onde havia ido voluntariamente prestar depoimento sobre o caso.

Em entrevista à imprensa, a Polícia Federal informou que Rubens negou envolvimento com o homicídio e com a ocultação dos corpos de Bruno e Dom. O suspeito, no entanto, é investigado por ter ligações com Amarildo e por supostamente ser um dos financiadores da pesca ilegal em terras indígenas.

*Com informações da Agência Brasil