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O que se sabe sobre caso do cônsul alemão preso após morte de marido belga

Walter Henri Maximilien Biot e o cônsul da Alemanha Uwe Herbert Hahn eram casados havia mais de 20 anos - Reprodução
Walter Henri Maximilien Biot e o cônsul da Alemanha Uwe Herbert Hahn eram casados havia mais de 20 anos Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

07/08/2022 15h38Atualizada em 07/08/2022 18h01

Autoridades do Rio de Janeiro investigam as circunstâncias da morte do cidadão belga Walter Henri Maximilien Biot, de 52 anos, encontrado morto em uma varanda em Ipanema, na zona Sul, na última sexta-feira (5). Considerado suspeito, o marido da vítima, o cônsul alemão Uwe Herbert Hahn, foi preso na noite ontem. A polícia trabalha com a possibilidade de um homicídio.

Onde o corpo de Biot foi encontrado? O cidadão belga foi encontrado já sem vida na varanda do apartamento onde morava com Hahn. O imóvel fica localizado em Ipanema, na zona Sul do Rio de Janeiro. O casal morava lá há quatro anos.

O que diz o cônsul alemão? Em depoimento, o diplomata afirmou que, de forma repentina, Biot teve um surto, correu para o terraço, tropeçou em um tapete e caiu com o rosto no chão. Segundo Hahn, o companheiro ficou soltando gemidos após a queda. Ele disse que não soube avaliar se eram manifestações de dor ou gemidos desconexos.

O que Hahn fez depois? Ainda de acordo com o relato feito na delegacia, o cônsul tirou uma foto de Biot e enviou para um amigo que mora em Nova York, nos Estados Unidos, após ter sido questionado por ele se tudo estava bem. O objetivo teria sido mostrar que o marido estava bêbado.

Na sequência, Hahn disse que tentou levantar o marido e percebeu uma mancha de sangue próximo à cabeça do companheiro, mas sem saber se o ferimento foi causado pelo choque com o chão ou com a mobília do apartamento.

Então, o cônsul afirma ter pedido ajuda ao porteiro do prédio onde mora, que entrou em contato com o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Enquanto o serviço de emergência não chegava, uma mulher que não foi identificada no depoimento de Hahn entrou no apartamento e tentou reanimar Biot.

O que o Samu fez? Ao chegar ao local, as equipes de emergência tentaram reanimar Biot novamente. Na versão de Hahn, o belga já estava morto quando os socorristas chegaram e ele não respirava mais. Após o atendimento, o Samu preferiu não atestar o óbito e enviou o corpo ao IML (Instituto Médico Legal).

Walter Henri Maximillen Biot morava, em Ipanema, na Zona Sul do Rio, com o marido - Reprodução/PC-RJ - Reprodução/PC-RJ
Walter Henri Maximillen Biot morava, em Ipanema, na Zona Sul do Rio, com o marido
Imagem: Reprodução/PC-RJ

O que dizem os laudos? Segundo a perícia, foram encontradas mais de 30 lesões em várias partes do corpo do cidadão belga. Entre os ferimentos estão lesões como equimoses (manchas roxas) e escoriações (cortes e ralados) espalhadas por regiões como braços, pernas, tronco e cabeça.

Apenas no rosto, o documento do IML aponta que Biot apresenta quatro ferimentos, um deles no lábio inferior. Na região do tronco, são ao menos seis lesões. Ainda há mais dez ferimentos na região dos braços e das mãos. Os peritos também encontraram ferimentos no ânus e mais seis nas pernas.

Hahn foi preso? Sim. O cônsul foi preso em flagrante na noite de ontem por suspeita de homicídio. Segundo a delegada Camila Lourenço, da 14ª DP (Leblon), a causa da morte do marido dele foi traumatismo craniano na região da nuca. Durante audiência de custódia realizada na tarde de hoje, a Justiça do Rio converteu a prisão em flagrante do cônsul para prisão preventiva.

Cônsul alemão foi preso no Rio sob suspeita de ter matado o marido - Reprodução/TV Globo - Reprodução/TV Globo
Cônsul alemão foi preso no Rio sob suspeita de ter matado o marido
Imagem: Reprodução/TV Globo

O que mais diz a polícia? As investigações ainda estão em andamento. A polícia diz que está ouvindo testemunhas e realizando outras diligências para esclarecer o caso.

Hahn pediu para ser solto? Sim. A defesa do cônsul pediu habeas corpus, alegando que a prisão teria sido ilegal porque não houve flagrante e teria havido desrespeito à imunidade diplomática.

A Justiça aceitou o pedido? Não. A juíza Maria Izabel Pena Pieranti entendeu que não caberia ao plantão judicial decidir sobre a soltura do investigado e que isso deveria ser feito em audiência de custódia.