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Jovem invade escola onde estudou com flechas, facas e bombas caseiras no ES

Vinícius Rangel

Colaboração para o UOL, em Vitória

19/08/2022 18h27Atualizada em 19/08/2022 21h43

Um jovem de 18 anos invadiu uma escola da rede municipal de ensino em Vitória armado com dispositivos de disparo de flechas, facas e garrafas de coquetel molotov. Ele causou pânico e correria na unidade e ao menos uma criança chegou a ser atacada.

A Polícia Militar foi acionada na tarde de hoje por uma professora que estava em sala de aula e viu o adolescente pular o muro. O rapaz seria um ex-aluno da unidade escolar, estava vestido com roupas pretas e foi descrito como "desorientado". Ele teria anunciado para alguns profissionais da educação que faria um ataque no local.

Em nota, a PM informou que ele foi localizado no interior da escola municipal no bairro Jardim da Penha, com balestra, coquetel molotov e facas. Durante a ação criminosa, o jovem teria machucado uma criança no rosto. Ele foi contido no corredor, amarrado e depois levado pelos militares para a 1ª Delegacia Regional.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana disse que, tão logo acionada, a Guarda Civil Municipal de Vitória (GCMV) enviou equipes ao local para acompanhar a PM.

"Uma equipe técnica da Secretaria de Educação (Seme) foi no local para apurar os fatos e dar todo suporte à comunidade escolar. Os estudantes, profissionais e colaboradores estão sendo acolhidos e, já na segunda-feira, será iniciado um trabalho de práticas restaurativas", informou o órgão em nota.

Já a Polícia Civil informou que a ocorrência está sendo confeccionada pela Polícia Militar para ainda ser entregue no plantão vigente da Delegacia na capital. "Somente após a ocorrência ser entregue e a finalização das oitivas da ocorrência teremos informações do procedimento que será adotado pelo delegado plantonista com o detido", disse em nota.

"Ele queria matar o máximo de pessoas", afirmou PM

Assim que foi detido, o rapaz de 18 anos, teria dito aos policiais militares que o único objetivo do ataque era fazer um massacre ou matar o máximo de pessoas que conseguisse dentro da escola, independentemente da idade.

"Ele falou que queria matança na escola, queria matar o máximo de pessoas que conseguisse ali e depois entraria em confronto com a PM para que ele fosse baleado. Ele chegou a trancar com cadeado o portão principal da unidade de ensino para dificultar o acesso da polícia ao local", afirmou o Major Isaac Rubim ao UOL.

O jovem estava equipado com pelo menos nove facas ninjas e 59 flechas, além dos equipamentos para o lançar os objetos. Na mochila dele, a PM ainda encontrou três garrafas de coquetel molotov.

"Nós recebemos uma ligação de um morador que faz parte do projeto rede comunitária segura onde tem um grupo que estão moradores e policiais e fomos acionados por um deles e rapidamente chegamos na escola, o que evitou que o suspeito cometesse algo mais grave", finalizou Rubim.

Trancados em sala

De acordo com depoimentos à polícia, o rapaz tentou por diversas vezes invadir a escola pelo portão e teve acesso negado pelo porteiro. Depois disso, escalou a grade externa da escola, que dá acesso a um corredor de serviços. Após esse corredor, ele conseguiu acessar as dependências da unidade de ensino.

Ele foi visto por servidores, que correram para a sala dos professores e se fecharam lá, passando a avisar aos demais profissionais da escola para trancarem suas salas de aula. Alunos também fizeram barricadas nas dependências com mesas e cadeiras para evitar a entrada dele em alguns departamentos.

Uma criança de 10 anos chegou a entrar em luta corporal com o rapaz, depois de perceber que a situação era de extrema gravidade. "Ele achou que tudo não passava de um teatro, mas quando percebeu a gravidade da situação, acabou chutando o rapaz e entrou em luta corporal", afirmou o Major Isaac Rubim.

Um pai, que preferiu não ser identificado, disse que recebeu uma ligação da professora sobre o ataque. "Ela ligou para mim porque somos amigos e os nossos filhos estudam na mesma sala. Eu saí de casa desesperado com medo do que eu poderia achar lá. Graças a Deus todos estão bem", contou o administrador de 45 anos.

Em um informativo, a Secretaria de Educação anunciou que já fez uma vistoria técnica na unidade de ensino e, neste fim de semana, fará a instalação de uma concertina no portão do corredor de serviços.